sábado, 2 de julho de 2016

PELOS TRILHOS DA CENTRAL DO BRASIL




Imagem da Internet


PELOS TRILHOS DA CENTRAL DO BRASIL

Avelina Maria Noronha de Almeida avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

Levadas pelos trilhos da Central do Brasil, Queluz e Conselheiro Lafaiete entraram de forma essencialmente importante na História do Mundo, pois fizeram parte efetiva na conquista da Paz Mundial no Século XX. Também por esses trilhos valores humanos foram o honrar e engrandecer o nome de sua Terra Natal.

Sabe-se bem da participação dos 63 lafaietenses em campos de batalha como integrantes da FEB, contribuindo com atuação corajosa, decisiva e heróica para a vitória aliada em importantes batalhas; das oficinas da Santa Matilde saiu um tanque e, com o dinheiro aqui arrecadado, Conselheiro Lafaiete doou um avião para a Cruz Vermelha.

Também é conhecido que, naquela época, a jazida de manganês do Morro da Mina, então considerada a maior mina de manganês a céu aberto do mundo, foi a única jazida do Ocidente a fornecer esse minério ao esforço de guerra aliado na Segunda Guerra Mundial, com o qual eram feitos tanques, armamentos e outras coisas necessárias para a luta. Tudo isso passou pelos trilhos da Central do Brasil aqui estendidos.

Entretanto, nem tão conhecidos são os fatos da participação de nossa terra, Queluz, na Primeira Guerra Mundial, que aconteceu de 1914 a 1918. Nos jornais da época, aqui publicados, encontram-se notícias a respeito, mas vou focalizar apenas dois, muito importantes: também todo o manganês utilizado pelos aliados naquele terrível conflito saíu do nosso Morro da Mina e foi embarcado para os Estados Unidos. Era a nossa riqueza natural a serviço da Paz Mundial.

Mas houve outra riqueza: um valor humano importantíssimo para a história mundial e que nasceu em nossa terra. Um nome que não sei se alguém daqui conhece. Eu, pelo menos, até há pouco tempo não conhecia: Dr. Luiz Felipe Baeta Neves.

Por um acaso, buscando informação genealógica, achei num site muita coisa sobre esse conterrâneo nosso, nascido em Queluz a 25 de outubro de 1865, filho de Dr. José Joaquim Baeta Neves e D. Lamásia Baeta Neves, formado aos 19 anos de idade em Direito e, treze anos depois, em Farmácia e Medicina. De acordo com a informação, era dotado de extrema bondade e de um espírito científico com grande amor à Humanidade, tendo sido – vejam só que importante! – o primeiro cirurgião a realizar prosta-tecnomia e a aplicar radium no tratamento do câncer.

Em 1918 deixou sua clientela e partiu para prestar ajuda no anfiteatro da guerra, naquele momento difícil para o mundo, como tenente-coronel subchefe da Missão Médica Brasileira. A bordo do navio que o levava para a França, desencadeou-se uma epidemia de gripe e peste bubônica. Ele foi incansável, atuando como médico e enfermeiro, conseguindo que a epidemia cedesse.

No front, as tropas francesas, inglesas e norte-americanas testemunharam a sua dedicação e seus serviços levaram o governo francês a conferir-lhe a condecoração máxima: da Legião de Honra. Quando de seu falecimento, um jornal francês publicou um extenso necrológio no qual diz: “O Brasil acaba de perder um homem, a França, um amigo.”

Entre muitas importantes honrarias, em São Paulo é nome de extenso bairro, de rua, de escola e considerado como tendo “contribuído para a grandeza de São Paulo”.
Merecia ter seu nome em uma rua de nossa cidade, não acham?

Dr. Luiz Felipe Baeta Neves é um exemplo desta sentença latina:
Laborum aedificat. (O trabalho edifica)

Publicado em fins de maio de 2016 no "Correio da Cidade".




Nenhum comentário:

Postar um comentário