quinta-feira, 17 de março de 2016

BELOS EXEMPLOS






Imagem da Internet



BELOS EXEMPLOS

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinanoronhalmeida@gmail.com


Quero falar da Copa de 2014. Mas não quero falar de fiasco, vergonha e humilhação. Ficar remoendo e clamando, isso é tolice. Não somos humanos? Passíveis de erro? Imperfeitos?

Mas somos também grandiosos, sublimes espetaculares. Depende do momento, das pessoas, das circunstâncias. A nossa vida, seja pessoal ou coletiva, é uma tessitura em que os fios têm que ter direções diferentes para fazerem a amarra segura que a vivência dos momentos é que solidifica. Se não tivermos a sensação do fracasso, do problema, da dor, jamais poderemos saborear em toda a sua profundidade a sensação da vitória, da solução, da alegria.

Vamos falar do que resultou em pontos positivos nesse evento de grande expressão internacional.

O Brasil ficou mais conhecido pelo mundo inteiro. Turistas se encantaram com nossas belezas naturais, nossa culinária, a afabilidade, o espírito de colaboração , a simpatia, a hospitalidade do brasileiro, a bela interação e envolvimento com aqueles que vieram de outros países. A Copa atraiu turistas de 203 nacionalidades sendo que, num balanço elaborado pelo Ministério do Turismo, 92,3% disseram ter vindo ao nosso País em função da Copa e 95% declararam intenção de voltar. Que isso aumente a nossa autoestima.

Devido a exigências da FIFA, não deixaram de ser investidos recursos na infraestrutura, principalmente de mobilidade humana, sistema de telecomunicações, de hotelaria, restaurantes, parques; instituições culturais procuraram mobilizar-se para apresentar uma face atraente. Se houve falhas, foram pequenas diante do que foi realizado.

Tenho a impressão de que o povo brasileiro soube dar o seu recado e a imagem de nossa terra e de nossa gente no exterior foi muito favorecida nestes dias pois mostrou um País que, mesmo tendo seus sofrimentos, não perde a alegria de viver e o humor ao enfrentar as dificuldades.

E o que mais me encantou no evento e ficou forte na minha memória foram três momentos marcantes.

O primeiro quando o jogador brasileiro David Luiz, que teve forte atuação no jogo contra a Colômbia, demonstrou ser um vencedor digno, consolando, no centro do gramado, o jogador colombiano James Rodriguez, que teve uma crise de choro após a eliminação da Colômbia. David deu -lhe um abraço.e pediu aplausos para o colombiano pelo seu excelente desempenho na partida. Em seguida, os dois jogadores trocaram a camisa.

O segundo quando o Brasil deu um exemplo de como prezamos a união entre os povos ao apresentarem as 32 bandeiras dos países participantes, homenagendo-os..

E o terceiro quando os alemães comemoraram o título dançando em volta da taça da Copa com uma dança inspirada nos rituais dos índios Pataxós, que aprenderam na Vila Santo André, em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, dando uma mensagem de carinho e valorizando os indígenas que conheceram, e dos quais ficaram amigos durante a sua concentração.

Foram belas atitudes, belos exemplos deixados pela Copa. E como dizem os latinos:

“Exempla movent magis quam verba”. Os exemplos movem mais do que as palavras.



ESPETACULAR AMIGO! MAS TENHA CUIDADO COM ELE...





Imagem da Internet




ESPETACULAR AMIGO! MAS TENHA CUIDADO COM ELE...
Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com


Longe de mim depreciar o celular!... É uma invenção espetacular que chegou para ficar em nossa vida definitivamente. É o companheiro inseparável de pessoas novas, idosas, até de crianças pequenas. A comunicação instantânea pode até salvar uma vida.

Aquelas obsoletas chamadas de longa distância do tempo antigo, quando a pessoa se desesperava em questões de emergência... Horas e horas para se completar uma ligação. Só quem viveu naquele tempo sabe o que isso significa.

Porém essa maravilha da tecnologia moderna está se tornando perigosa pelo mau uso. Está se assenhorando da vida humana, perturbando o desempenho das pessoas. Outro dia fiquei perturbada com isso.

Eu estava num carro, o qual parou porque o sinal havia fechado. Quando o sinal abriu e o motorista pôs o veículo em movimento, graças a Deus lentamente, um senhor de idade, que vinha pelo passeio, caminhando automaticamente porque o consciente estava ocupado em uma conversa no celular, desceu o degrau e começou a atravessar. O motorista freou bruscamente e conseguiu não esbarrar nele. O homem se assustou e quase caiu. Virou-se para o carro e olhou para o motorista com uma expressão furiosa. E o pobre do motorista não havia feito nada de errado.

Comecei então a observar as pessoas. No seguinte sinal fechado observei, já próximos à travessia, dois senhores de meia idade. Vestidos ambos com ternos impecáveis, pastas debaixo do braço e, nos ouvidos, um celular por meio do qual estavam a entabular animada conversa. Pareciam altos empresários ou importantes profissionais liberais, totalmente absortos no que parecia, pela expressão do rosto deles, um assunto sério. Um pouco atrás deles uma linda moça, também com o celular ao ouvido, dava discretas risadas devido ao que estava ouvindo. Ao lado dela, vinha um homem mais ou menos novo, com roupas muito simples, aspecto de pessoa bem pobre, também conversando ao celular. Muitas outras pessoas encontrei na mesma atitude: andando dispersas, celular no ouvido.

Fiquei pensando no risco que isso representa, como esbarrar nos outros, às vezes provocando uma queda que pode ter conseqüências graves; sofrer ou provocar um acidente, até fatal, ao atravessar a rua; enfim, muita coisa pode acontecer.

Mas o pior é que isso se insere num plano maior. O cerne do problema é a falta de atenção provocada por essa situação. A falta de atenção está dominando a vida de grande parte das pessoas, e esse é o perigo maior, envolvendo a segurança própria e coletiva.

Já pensaram num operário distraído? Meus olhos foram para um edifício muito alto que via através da janela do carro e pensei: quem mora no último andar tem de confiar em quem fez a construção. E se o engenheiro, distraído, fez um cálculo errado? Se em um veículo um mecânico, distraído, colocou uma peça errada? A modernidade, com suas complexas produções, necessita que cada um execute sua atividade com a máxima atenção. Mesmo que seja andar na rua...

Que cada um, mesmo nas tarefas mais simples, dedique-se com atenção ao que faz, como se estivesse realizando a mais importante obra do mundo, estando sempre...

... consectatio excellentiae. (em busca da excelência)



UMA FLOR PRECIOSÍSSIMA ENFEITANDO OS CAMINHOS QUE TRILHOU





Imagem da Internet


UMA FLOR PRECIOSÍSSIMA ENFEITANDO OS CAMINHOS QUE TRILHOU

Avelina Maria Noronha de Almeida

Quando ouvi pelo rádio, há muitos anos, que Vinicius de Moraes havia falecido, veio à minha mente uma mensagem que dediquei ao poeta a quem muito admirava. A mesma sensação de perda me veio ao receber pelo telefone a triste notícia sobre Maria do Carmo Batista da Costa. E o mesmo poema do passado coloco aqui para homenagear minha querida amiga, mulher linda, elegante, de grande finura, inteligentíssima, sensível, carinhosa, amiga sincera e, entre tantas qualidades e outras não citadas, primorosa POETA:

A MORTE DO POETA

Súbita dor o pássaro sentiu
e vacilou no voo.
A alegria recolheu-se
apressada.
O verbo “amar” estremeceu
de frio
e a palavra “mulher
teve um delíquio.

Da Poesia extraviou-se
o ritmo.
As metáforas empalideceram.

Mais roxa se tornou
a violeta.

Uma nota desafinou
bruscamente
na sinfonia da vida.

Houve um hiato
na harmonia da natureza.

O horizonte indagou aflito:
– O que aconteceu?

Asas ruflaram leves
no entristecido azul:
O poeta morreu!

Maria do Carmo foi uma flor preciosíssima enfeitando os caminhos que trilhou.
Teremos sempre muitas saudades, querida amiga.
Requiescat in pace! Descanse em paz!