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O COMEDIANTE E NÓS
Avelina Maria Noronha de Almeida
A ONU instituiu o dia 26 de fevereiro como o
Dia do Comediante, aquele que apresenta o humor nas artes cênicas,
apresentando-se num palco ou em qualquer lugar onde haja público, como em praça
e ruas.
A função, ou mesmo
missão, do comediante é despertar o humor, fazer rir. Ensina Aristóteles que o
homem é o único animal que ri. Assim o riso é um apanágio humano, uma diferença
que fazemos nas relações entre os seres vivos, um patrimônio nosso.
Os primeiros contatos que tive com comediantes
foi no circo, com os palhaços, e nas apresentações teatrais ou cinematográficas
nos cinemas locais. O engraçado, o que faz rir esteve sempre presente, no
decorrer dos tempos, em Conselheiro Lafaiete, no palco com artistas
lafaietenses ou vindos de fora; na tela com o Gordo e o Magro, o Grande Otelo,
o Oscarito entre outros, as chanchadas da Atlântida, às vezes sofredoras nas mãos
dos críticos, mas que recebiam retumbantes aplausos do público. Como disse o
jornalista Sérgio Augusto: “Com seu humor quase sempre ingênuo, às vezes
malicioso e até picante, a chanchada se impôs como um entretenimento de massa”.
E foram e são muitos os excelentes artistas brasileiros.
Houve grandes comediantes no passado
lafaietense, reconhecidos e aplaudidos pelos frequentadores de teatro. Eram de
alto nível e são tantos que fica difícil selecionar só alguns para citá-los.
Nos últimos tempos, Geraldo Lafaiete tem projetado, aqui e muito além dos limites
desta terra, o valor dos nossos excelentes artistas atuais, entre eles os
comediantes.
Os homenageados na data de 26 de fevereiro têm
a função ou mesmo missão de despertar sorrisos e risos, os quais trazem
claridade à vida tão plena de penumbras dos dias atuais. São os alegres
mensageiros do humor. Quem sai de um espetáculo de comédia sente-se mais leve,
mais disposto a enfrentar os problemas porque ali realizou uma catarse, uma
liberação de angústias, ressentimentos, raivas, indignações. Santo Tomás de
Aquino dizia que o humor é um “bem útil”. É claro que não é assim quando há
exageros, agressividade, falta de ética, impropriedade no conteúdo das farsas e
brincadeiras.
Hoje os espetáculos cômicos e os filmes de
comédia estão em nossas casas, trazidos pela televisão, muitos sutis, de fino
humor, impagáveis, embora haja também os chulos, de um humor tolo ou grosseiro.
A presença de joio e de trigo é um dos arquétipos mais presentes na existência
humana.
Parabéns, comediantes, principalmente da nossa
cidade, pelo bem-estar psicológico e emocional (consequentemente corporal) que
nos proporcionam! Sabemos que vocês têm um mérito enorme, porque já dizia o
ditado em defesa das artes cênicas pelo crítico de artes Rubens Ewald Filho:
“Morrer é fácil, difícil é fazer comédia".
E
dizia Santo Tomás de Aquino: “Ludus est necessarius ad conversationem humanae
vitae”. (O humor é necessário para a vida humana)