domingo, 9 de fevereiro de 2014

RUA FRANCISCO LOBO









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RUA FRANCISCO LOBO
Avelina Maria Noronha de Almeida



Disse um sábio chinês que era preciso restituir o valor das palavras. Se era verdade naquele longínquo passado, que dirá hoje, com esta Torre de Babel na liguagem... Muitas vezes uma palavra, uma expressão ou uma frase são interpretadas erroneamente ou têm o significado desprovido de profundidade, de evocação. Acontece muito com o nome de ruas.

Se falarmos em rua Francisco Lobo, pensamos em uma via muito extensa, começando no Frigorífico Nova Aliança, seguindo na direção da Gráfica Esperança. Nomes muito sugestivos e de bom astral inauguram a rua: Aliança e Esperança! Para os mais antigos como eu, surge, mais adiante, a lembrança de Brandimarte Souza Valle, que foi ilustre jornalista. A rua segue, desce ladeira, sobe morro, desce de novo para os Moinhos, passa pela Escola Jair Noronha e pelo Projeto Roda Moinho, vem o bairro São José, o Caminho do Ouro e a via termina na Água Limpa. Trajeto que vai do nº 45 ao nº 3.510. É muito chão!... A rua mais longa da cidade.

Tão grandioso caminho teria de ter um nome à altura. Mas poucos sabem quem foi Francisco Lobo. Os que escolheram o nome para o logradouro, no passado, o sabiam, mas o senhor tempo vai apagando as coisas e, por isso vou, não restituir porque ele já tem o valor de antigos e atuais moradores, mas acrescentar ao nome da rua o valor do homem que assim se chamava.

Dr. Francisco Lobo Leite Pereira foi muito ilustre e importante. Nasceu em Campanha e faleceu no Rio de Janeiro, porém residiu também em Conselheiro Lafaiete, onde nasceu seu filho Álvaro Lobo Leite Pereira, cientista consagrado por seus estudos e trabalhos sobre o bócio endêmico. Tinha prazer em conhecer a história dos seus antepassados e, estudioso da História Pátria, baseava suas monografias na mais minuciosa e exata documentação. Algumas de suas obras: “Descobrimento e Devassamento do Território de Minas Gerais”, “Em busca das Esmeraldas”, “Itinerário da Expedição Espinosa”. Foi ele quem explicou a origem da lenda nas minas de prata no Brasil.

Com grande esforço, codificando decretos e avisos esparsos desde 1857, estudando e organizando-os escrupulosamente, compulsando regulamentos congêneres estrangeiros, estabelecendo normas que se adaptassem à realidade da época e ao interesse público, fez o projeto da reforma do regulamento de polícia e segurança das Estradas de Ferro.

Superintendente Geral das Obras Públicas do Estado de Minas Geris, Engenheiro-Chefe da fiscalização da Rede Sul-Mineira e Chefe de Distrito da Inspetoria Federal das Estradas foram alguns dos cargos que ocupou.

Resguardemos do esquecimento pessoas que foram exemplo de vida operosa e benéfica! É bem verdade o que diz a frase latina:

“Bane legacies antiquates does non guarantee posterus. (Quem não guarda o passado não garante o futuro)



APLAUSO AOS TELECOMUNICADORES








Conduzindo a palestra “A Mídia na Promoção da Saúde”, a jornalista Patrícia Carvalho falando sobre sua experiência à frente do “Bem Estar”, da TV Globo.

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APLAUSO AOS TELECOMUNICADORES
Avelina Maria Noronha de Almeida



Um belo dia Samuel Morse inventou o telégrafo elétrico, baseando-o em um código binário de pontos e traços, que permitiam às pessoas se comunicarem mesmo estando a muita distância umas das outras. Assim começou uma escalada de inventos que foram evoluindo, extrapolando limites, desmanchando fronteiras e tornando o mundo a “vasta aldeia global” do profeta da comunicação, MacLuhan, que teve grande prestígio nos anos sessenta e previu mutações prodigiosas na história da humanidade.

Em seguida ao telégrafo vieram o telefone, o rádio, a televisão, os computadores e, finalmente, chegamos à Internet, por enquanto o suprassumo da comunicação. Mas no início está a telegrafia. E é por isso que, tendo sido fundada a União Telegráfica Internacional em 17 de maio de 1865, essa data, 17 de maio, foi escolhida para ser o “Dia Internacional das Comunicações”.

“Tele”, em grego, tem o significado de “distância”. “Comunicação” já vem do latim “communicare”: “partilhar”, “ter em comum”.

E uma das maneiras de realizar o prodígio da comunicação tecnológica é a televisão, que une os olhares de um mundo de pessoas num mesmo espetáculo. Embora nem sempre seja usada beneficamente, também é uma verdadeira mestra, veiculando cultura, alegria e autêntico divertimento. Há muitos programas televisivos bons; é só saber fazer as escolhas corretas.

Recentemente estreou um programa, em uma das emissoras que chegam em nossos lares, no horário de dez horas da manhã: “Bem Estar”. Apesar do pouco tempo de existência, está fazendo grande sucesso, porque adotou uma forma descontraída, leve, prática e convincente de apresentar temas que falam de saúde e qualidade de vida, com muita eficiência. Os assuntos são variados, dando informações úteis e levando aos telespectadores a palavra de especialistas competentes e renomados.

Escolhi esse programa para focalizar na data comemorativa das comunicações, não apenas pela sua qualidade, mas, também, por um motivo muito especial. A comunicadora que o dirige e se responsabiliza pelo sucesso do mesmo utilizando muita inteligência e criatividade é mais um “ouro da casa”.

Ao terminar o programa, vão deslizando na tela os nomes daqueles que o fazem e o primeiro nome, apresentado como Redatora Chefe, é de uma jovem lafaietense, Patrícia Carvalho. Foi minha aluna de redação, por isso desde muito conheço o seu grande potencial, assim não estranho o sucesso em sua carreira

À Patrícia e aos telecomunicadores de nossa cidade, os meus parabéns pelo seu dia. Merecem o nosso aplauso porque fazem por onde merecê-lo com seu trabalho que tanto beneficia a comunidade. Tenham sempre sucesso em suas atividades! Vocês estão contribuindo para que o mundo se torne mais esclarecido e consciente, caminhando para um destino melhor, porque...

“Suae quisque fortuna faber est. (O homem é arquiteto de seu próprio destino)


26 DE JULHO – GLORIOSA DATA COMEMORATIVA










Tela sobre o Movimento de 1842 em Queluz pintada por Cidinha Dutra

Arquivo pessoal






26 DE JULHO – GLORIOSA DATA COMEMORATIVA

Avelina Maria Noronha de Almeida

Crônica escrita em junho de 2012



Um ápice na História de Conselheiro Lafaiete é o dia 26 de julho de 1842, marco glorioso revelando o patriotismo, a inteligência e a coragem de nossa gente.
Naquela época, o Partido Liberal defendia as ideias renovadoras e de maior autonomia das províncias, contrárias às medidas centralizadoras defendidas pelo Partido Conservador. Aconteceu que o imperador D. Pedro II dissolveu a Câmara de Deputados eleita em 1840, de maioria liberal, e foram impostas as medidas defendidas pelos conservadores.

Por esse motivo, eclodiu um movimento armado promovido por liberais do qual participaram São Paulo, onde a revolta teve início em Sorocaba e Itu, em 12 de maio de 1842, e Minas Gerais, com o movimento começado em Barbacena, onde se instalou a sede do governo revolucionário, no dia 10 de junho.

Queluz foi onde se realizou a batalha mais sangrenta. A vila estava sob o domínio dos Legalistas. Tomá-la seria muito difícil. Foi então que um dos revoltosos, o Capitão Marciano Brandão, de São Gonçalo do Brandão, disse que poderia tomar a vila de Queluz se lhe confiassem duzentos homens. Talvez duvidando da eficácia de seu plano, deram-lhe somente 150 soldados, com os quais foi, à noite, sem ser pressentido pelos legalistas, ocupar as estradas de Ouro Preto, Congonhas e Suaçuí.

No dia seguinte, 25 de julho, uma das colunas acampou defronte à vila, na estrada que vinha do Rio de Janeiro, e a outra na de Itaverava. Essas tropas foram apertando o cerco até fazer com que os legalistas se concentrassem todos no centro da povoação. Com isso, ficaram sem acesso a todas as fontes de água. Vencidos pela sede, tiveram que se entregar.

Com a estratégia desse queluziano, os liberais, na manhã do dia 26, com lenços brancos na ponta das baionetas, entregaram-se. As forças liberais, comandadas pelo Coronel Antônio Nunes Galvão, saíram vitoriosas.

Tempos atrás, numa iniciativa de Alberto Libânio Rodrigues, então presidente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, foi colocada uma placa na Praça Barão de Queluz em homenagem ao heroico acontecimento.

E este ano, principalmente pelo idealismo do professor João Vicente Gomes, teremos pela primeira vez uma comemoração da importante data, com o desenvolvimento de programa à altura de sua significação: conferências com ilustres palestrantes, na Câmara Municipal e no auditório do Colégio Nazaré, onde haverá também apresentação de documentário produzida pela TV Campinas, afiliada à Rede Globo; e exposição sobre o Movimento na Galeria Gabriela Mendonça, da Casa da Cultura, e na Praça Barão de Queluz.

Acontecimentos assim engrandecem não só os valentes Queluzianos do passado como também a cultura histórica da cidade, além de promover a união de nossa gente com os valores da cidadania, porque...

Beneficium et gratia homines inter se conjugunt. O benefício e o reconhecimento unem os homens.