domingo, 20 de abril de 2014

Ô, COITADO!






Imagem da Internet





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Ô, COITADO!


Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com



O bordão “Ô, coitada!” é a marca registrada de Gorete Milagres (Maria Gorete da Silva Araújo), atriz e comediante brasileira nascida em Conselheiro Lafaiete e onde reside sua família. Passando a identificar a figura da artista, que abandonou a profissão de bancária para se dedicar de corpo e alma à carreira artística, a expressão passou à forma feminina, mas, no início, em uma série passada há mais de dez anos, era “Ô coitado!”, expressão que Filomena, ou Filó, proferia, ao final de cada programa, referindo-se aos infortúnios de seu patrão Steve Formoso, um cantor decadente, vivido por Moacyr Franco.

Depois disso vieram mais significativas apresentações de Gorete na televisão, no cinema, no teatro e em outras atividades relacionadas à arte visual.

Em 2006, no longa metragem “Tapete Vermelho”, contracenou com Matheus Nachtergale no papel de Zulmira, mulher de Quinzinho, que acompanha o marido para mostrar ao filho um filme de Mazzaropi. No mesmo ano, esse filme, que foi uma bela homenagem ao saudoso artista brasileiro, participou do festival de cinema de Recife, o Cine PE, onde a lafaietense ganhou o prêmio de Melhor Atriz do festival. O filme também brilhou no Festival de Cinema Brasileiro em Miami, emocionando o público presente.

Pelo mesmo filme, em 2007, a lafaietense recebeu o prêmio de Melhor Atriz (e Matheus de Melhor Ator)no III Prêmio FIESP/SESI-SP do Cinema Paulista. Na festividade de premiação, a atriz demonstrou uma faceta de sua sensível figura humana: pois, como vi em uma matéria a respeito, além “de agradecer ao diretor do Tapete Vermelho, Luiz Alberto Pereira, pela oportunidade e por lhe confiar um papel que lhe proporcionou um grande desafio; também agradeceu a seu esposo, Gustavo Rique, por ter cuidado da casa e de suas filhas e ainda fez uma emocionada homenagem a Neuza Rique, bisavó de suas filhas, “que no dia do prêmio completaria 80 anos e morreu antes da comemoração que ela,Neuza, já havia organizado”.

Por essa pequena amostra da carreira de Gorete, podemos ver que, de maneira alguma, o “Ô, coitado!” pode se aplicar à grande personalidade da atriz. Fica mais adequado “Ô, Felicíssima!”

E olhem que ainda há mais! A série “Pedro & Bianca”, da TV cultura, na qual ela tem excelente atuação como a mãe dos protagonistas, concorrendo com outros países ganhou o Internacional Emmy Kids Awarads, “premiação realizada anualmente pela Academia Internacional de Artes & Ciências Televisivas, como demonstração de reconhecimento pela excelência em televisão de companhias e indivíduos que criam, produzem e realizam programas de TV fora dos Estados Unidos”.

Li, na Internet, uma frase que achei muito importante porque dá uma visão do alcance e da especialidade do estilo da focalizada neste artigo:

“O trabalho de Gorete Milagres é pautado na humanização de suas criações. E na tentativa de aproximá-las cada vez mais do povo, ela nunca abre mão da improvisação, sua marca registrada.”

Nossos aplausos a Gorete Milagres, grande merecedora deles, pois assim disse o grande romano Cícero sobre a importância de aplausos aos artistas:

“Honos alit artes” (A honra alimenta as artes)