segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

UMA GRANDE DESCOBERTA HISTÓRICA




























Imagem da Internet






UMA GRANDE DESCOBERTA HISTÓRICA

Avelina Maria Noronha de Almeida
Avelinaconselheirolafaiete@gmail.c


O computador é uma caixinha de surpresas. Sempre que ligo o aparelho, enquanto ele se abre fico sempre com uma sensação forte de expectativa: o que virá hoje? Quem sabe uma novidade importante, uma descoberta feliz? Ou nada que interesse...

Há uma semana aconteceu isso comigo. Dois dias de buscas infrutíferas. Nenhuma novidade. No terceiro dia ia andando no mesmo descompasso. Já de tardinha, sentindo muito frio, fui tomar um café com a decisão de depois não voltar ao computador. Mas veio a tentação. Vou ficar só mais meia hora. Abençoada meia hora!

Coloquei no Google. Procurar o que? Vou ver se acho alguma coisa sobre os antepassados “fim de linha”. Entre tantos nomes, escolhi um que há dois anos coloco periodicamente na busca e nunca aparece nada. A última vez tinha sido há um mês. Era muita teimosia tentar outra vez. Quando apareceram os sites, o que vejo? No terceiro estava o nome que eu procurava. E a caixinha de surpresa me deu um presente. Mais ainda. Um dado importante para a história de Conselheiro Lafaiete.

Sempre se procurou saber quem havia sido o artista dos primeiros tempos da construção da Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Muitos livros sobre escultores e pintores das igrejas mineiras foram consultados sem sucesso. Não havia registros. Mistério absoluto. Pois ali estava um artigo, escrito por um pesquisador, Roberto Belisário Diniz, que encontrou acidentalmente, em um documento no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, citações a um artista ou artífice de Minas Gerais (Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete) do século XVIII, Inácio Pereira do Amaral, o antepassado que há tanto tempo eu procurava e que tem um enorme número de descendentes em várias famílias de nossa cidade. O pesquisador então compartilhou, pelo Google, com historiadores, as informações encontradas e, graças a isso, nós, lafaietenses, fomos beneficiados com o importante resgate histórico.

O que foi descoberto está muito bem documentado, pois se trata do processo (1797) de ordenação sacerdotal de João Bento Salgado, neto dele, constando que o avô, Inácio, era pintor, escultor e ourives. Nasceu em 1698, em Angústias, Horta, ilha do Faial, nos Açores, vindo para o Rio de Janeiro e, depois para Ouro Preto, onde pintou a Igreja Velha do Rosário dos Pretos, uma imagem de São Jorge e outros serviços de pintura. Também tinha lá uma fábrica onde trabalhavam rapazes pintores. Na década de 40 do século XVIII, mudou-se para a freguesia do Campo dos Carijós, atual Conselheiro Lafaiete, onde pintou a Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Constam do processo depoimentos recolhido sobre ele, no final do século XVIII, na Ilha das Angústias, em Ouro Preto e na então recente vila de Queluz. Nesta última os depoimentos confirmam que era escultor, pintor e ourives e que pintara a Igreja Matriz.
Pela passagem do Dia do Artista, no dia 24 de agosto, é ao mais antigo artista que se conhece como tendo embelezado nossa terra, Inácio Pereira do Amaral, até poucos dias atrás escondido nos desvãos da História, a minha homenagem.

Por mais esta descoberta histórica, não podemos deixar de dizer:

Deo Gratias. Graças a Deus.