sábado, 22 de fevereiro de 2014

TOMADA DE MONTE CASTELO








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TOMADA DE MONTE CASTELO

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com



No dia 21 de fevereiro comemora-se o sucesso da Batalha de Monte Castelo, na qual a Força Expedicionária Brasileira marcou sua presença corajosa e demonstrou a força e a importância de sua atuação na conquista de um monte dominado pelos nazistas e que parecia inexpugnável. Nessa batalha perderam a vida três dos lafaietenses que deixaram seu sangue em terras de Itália: Eugênio Martins Pereira, Felisbino dos Santos e Rubem de Souza.

Este último, Rubem, tinha sido convocado e sua mãe conseguiu que fosse dispensado como arrimo de família, porque o pai já era um pouco idoso e o casal tinha filhas mas apenas um filho. O moço não aceitou a dispensa. Queria ir lutar pelos ideais de Liberdade.

Uma amiga, Eni Faria Castanheira, disse-me que o pai do expedicionário, Manoel
Victorino de Souza, conhecido pelo apelido de Lelé, era muito amigo de seu Quincas, pai dela, a quem disse ter enorme gratidão a Getúlio Vargas e explicou o porquê. Transcrevo o que, ela ouviu da conversa dos dois amigos: Lelé estava no Rio de Janeiro, no cais do porto, no dia em que os expedicionário embarcaram rumo ao anfiteatro da guerra. O navio já ancorado, o presidente passava fazendo a revista na tropa ali perfilada. Lelé, com o coração apertado porque o filho ia para a guerra e queria se despedir dele, tentava romper o cordão de isolamento, mas era impedido pelo segurança. Num ímpeto irreprimível, gritou o nome do presidente da República. Getúlio virou-se para o lado dele e o pai falou emocionado:

– Meu filho está indo para a guerra e eu queria dar um abraço nele!

Getúlio se aproximou de Lelé, deu o braço a ele e foram caminhando em direção aos soldados. Perguntando qual era o número do jovem, mandou que aquele soldado desse um passo à frente. Lelé abraçou comovido seu filho, e pela última vez porque Rubem foi um dos soldados brasileiros que não voltaram da guerra.

Os expedicionários lafaietenses fizeram parte do exército glorioso que participou da batalha de Monte Castelo e temos muito orgulho deles. Seus nomes estão gravados em ouro na história de nosso País.

A Eugênio, Felisbino e Rubem a nossa homenagem especial.

Disse Quinto Horácio Flaco, um dos maiores poetas latinos:

Dulce et decorum est pro patria mori. (Doce e honroso é morrer pela pátria)


PUBLICADO NO CORREIO DA CIDADE DE CONSELHEIRO LAFAIETE DE 22.2.2014






TEMPUS FUGIT...









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TEMPUS FUGIT...

Avelina Maria Noronha de Almeida


Nesta época em que um ano ficou para trás e outro inicia sua trajetória, impossível fugir a uma reflexão sobre o tempo.

Os relógios de sol que enfeitavam jardins antigos, ou os também antigos relógios de pêndulo, costumavam trazer esta inscrição: Tempus fugit. É uma frase latina que foi usada pelo poeta romano Publius Vergilius Maro, conhecido entre nós como Virgílio, que usou essa expressão no poema Geórgicas (3-284), publicado em 29 a.C. : [...] tempus fugit irreparabile – o tempo foge irreversivelmente. É muito comum falarmos: “O tempo voa”. E não é verdade?

É por isso que devemos acrescentar, ao dístico latino, a frase de outro latino, Homero, que recomenda: Carpe Diem – Aproveite o momento. Juntando as duas frases teremos: “O tempo foge, aproveitemos o momento que passa.”

E qual a melhor maneira de aproveitá-lo?

Há várias maneiras. Por exemplo: no decorrer dos dias de um ano novo, vamos passando pelas mesmas circunstâncias e pelos mesmos itinerários do ano anterior: alegrias, sofrimentos, trabalhos, lutas, ilusões, conquistas, fracassos, decepções, encantamentos, Dia da Mães, Dia dos Livros, Dia dos Pais, Dia dos Avós, Dia da Pátria, Dia dos Animais e assim por diante. Cada pessoa reage a esses acontecimentos, ou celebra essas datas mais ou menos da mesma maneira. Mas vamos nos esforçar por viver melhor os momentos deste ano.

Em relação às datas, continuemos a comemorá-las mas acrescentando algo que faça mais forte o simbolismo delas. No Dia das Mães, vamos abraçá-las, presenteá-las e tudo o mais que é feito. Mas não nos prendamos nos limites de um dia. Tornemos todos os dias do ano Dia das Mães, dando a elas o que é mais importante, que é o amor traduzido em carinho, da forma que nos for possível. O mesmo com o Dia dos Pais, dos Avós, das Crianças.

O tempo é imperdoável e termina tudo. Tudo nos escapa. As águas do fluir temporal não são estagnadas, São sempre correntes, estão se renovando continuamente. Mas ao passar por nós, que aconteça o que diz Rubem Alves: “Quem sabe que o tempo está fugindo, descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será...”

Aproveitemos esse momento fugidio e joguemos flores na torrente para torná-la mais bela para os que também vão recebê-la.

E como fazer isso?

Acolhendo outras palavras de alguém que soube fazer diferença na vida, Cora Coralina:

“Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas”.

Que bom se, no último dia do ano de 2014, pudermos dizer: neste ano que termina eu me tornei melhor, fiz alguém se tornar melhor e fiz o mundo se tornar melhor!

Toquemos o coração das pessoas com gestos positivos para que, quando chegar o final de 2014, não lamentemos os momentos que perdemos de fazer o bem, de demonstrarmos carinho a quem amamos, de enfrentarmos os desafios necessários, de alcançarmos sucesso com nosso esforço, de contribuir de alguma maneira para que o mundo se torne melhor, pois não adiantará querer voltar no tempo porque...

... TEMPUS FUGIT!