quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

AQUELE ABRAÇO





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AQUELE ABRAÇO!!!
Avelina Maria Noronha de Almeida


Encerramento das Olimpíadas em Londres. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recebe a bandeira olímpica das mãos de Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional pois na Cidade Maravilhosa realizar-se-ão os jogos olímpicos em 2016.

A Bandeira Brasileira é hasteada. Ouve-se o nosso Hino Nacional. Iniciou-se o espetáculo que, como de praxe, é apresentado pelo país onde ocorrerá a próxima Olimpíada. Deve ter apenas oito minutos.

Em nosso País, onde a mídia tem apresentado tanta tristeza, problemas e mais problemas, fatos deprimentes, tanta falta de cidadania, tanto lixo moral... é um colírio para os olhos, um acorde delicioso para os ouvidos, um favo de mel para o coração assistir-se ao citado espetáculo em terras da Rainha, ao show brasileiro que tem o nome de “Abraço”.

Genial a abertura! O gari Renato Sorriso, que faz parte da turma da limpeza (tornou-se famoso ao varrer dançando após os carros alegóricos, até passar a desfilar também no Carnaval do Rio de Janeiro como passista) aparece, com toda a sua simpatia e carisma, varrendo o chão do estádio. Um “segurança” inglês vai prendê-lo, mas o gari acaba ensinando o policial a sambar e convencendo-o a dançar com ele. Muito divertido!

Depois o gari samba com a “top model” Alessandra Ambrósio, que representa a mulher brasileira, com acompanhamento do cantor Seu Jorge, vestido de malandro com um terno branco e uma camisa dourada, cantando “Nem vem que não tem” de Wilson Simonal.

É linda a música apresentada, tema do filme “Rio”! Aparecem ritmistas com suas percursões, índios com cocares “tecnológicos” iluminados e suas danças típicas; Marisa Monte interpretando Iemanjá e trazendo a beleza da Bachiana n° 5, de Heitor Villa-Lobos, enquanto 225 bailarinos voluntários realizam uma bonita coreografia; B Negão com Maracatu Atômico, de Chico Science e Nação Zumbi, acompanhado de uma bateria de escola de samba. E por aí vai...

O final do show é um prodígio de criatividade. Ao som de “Aquele abraço” de Gilberto Gil, num cenário que apresenta o calçadão de Copacabana, duas fileiras de dançarinas avançam. Renato Sorriso vem correndo rampa abaixo ao encontro de um homem disfarçado, com chapéu e casaco, que vai subindo e do qual apenas se veem as costas. De repente, esse homem misterioso tira o casaco e o joga longe, faz o mesmo com o chapéu e aí se vira: Pelé, o maior craque da história do futebol, com a camisa da Seleção Brasileira de Futebol, sorridente, e os braços formando um grande abraço, “Aquele abraço!”. E música vibrando e o povo em delírio, com estrepitosos aplausos.

Como se pode ver, uma inteligente apresentação da diversidade cultural do Brasil para dar ao mundo uma visão de nosso folclore e de nossas manifestações artísticas.

É a Pátria de que nos orgulhamos. Bela é a frase latina que era a divisa do Barão de Rio Branco:

Ubique patriam reminisci. Em toda parte lembrar-se da nossa pátria.