sexta-feira, 10 de maio de 2013

O COMEDIANTE E NÓS


                                                                  Imagem da Internet



O COMEDIANTE E NÓS

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida 
                                        

            A ONU instituiu o dia 26 de fevereiro como o Dia do Comediante, aquele que apresenta o humor nas artes cênicas, apresentando-se num palco ou em qualquer lugar onde haja público, como em praça e ruas.
            A função, ou mesmo missão, do comediante é despertar o humor, fazer rir. Ensina Aristóteles que o homem é o único animal que ri. Assim o riso é um apanágio humano, uma diferença que fazemos nas relações entre os seres vivos, um patrimônio nosso.  
Os primeiros contatos que tive com comediantes foi no circo, com os palhaços, e nas apresentações teatrais ou cinematográficas nos cinemas locais. O engraçado, o que faz rir esteve sempre presente, no decorrer dos tempos, em Conselheiro Lafaiete, no palco com artistas lafaietenses ou vindos de fora; na tela com o Gordo e o Magro, o Grande Otelo, o Oscarito entre outros, as chanchadas da Atlântida, às vezes sofredoras nas mãos dos críticos, mas que recebiam retumbantes aplausos do público. Como disse o jornalista Sérgio Augusto: “Com seu humor quase sempre ingênuo, às vezes malicioso e até picante, a chanchada se impôs como um entretenimento de massa”. E foram e são muitos os excelentes artistas brasileiros.
Houve grandes comediantes no passado lafaietense, reconhecidos e aplaudidos pelos frequentadores de teatro. Eram de alto nível e são tantos que fica difícil selecionar só alguns para citá-los. Nos últimos tempos, Geraldo Lafaiete tem projetado, aqui e muito além dos limites desta terra, o valor dos nossos excelentes artistas atuais, entre eles os comediantes.
Os homenageados na data de 26 de fevereiro têm a função ou mesmo missão de despertar sorrisos e risos, os quais trazem claridade à vida tão plena de penumbras dos dias atuais. São os alegres mensageiros do humor. Quem sai de um espetáculo de comédia sente-se mais leve, mais disposto a enfrentar os problemas porque ali realizou uma catarse, uma liberação de angústias, ressentimentos, raivas, indignações. Santo Tomás de Aquino dizia que o humor é um “bem útil”. É claro que não é assim quando há exageros, agressividade, falta de ética, impropriedade no conteúdo das farsas e brincadeiras.
Hoje os espetáculos cômicos e os filmes de comédia estão em nossas casas, trazidos pela televisão, muitos sutis, de fino humor, impagáveis, embora haja também os chulos, de um humor tolo ou grosseiro. A presença de joio e de trigo é um dos arquétipos mais presentes na existência humana.
Parabéns, comediantes, principalmente da nossa cidade, pelo bem-estar psicológico e emocional (consequentemente corporal) que nos proporcionam! Sabemos que vocês têm um mérito enorme, porque já dizia o ditado em defesa das artes cênicas pelo crítico de artes Rubens Ewald Filho: “Morrer é fácil, difícil é fazer comédia".
E dizia Santo Tomás de Aquino: “Ludus est necessarius ad conversationem humanae vitae”. (O humor é necessário para a vida humana)