sábado, 16 de abril de 2016

TERMINOU A GUERRA!!! TERMINOU A GUERRA!!!







Herón Domingues

Imagem da Internet




TERMINOU A GUERRA!!! TERMINOU A GUERRA!!!

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com
                                                                 

          Nunca esquecerei um dos momentos mais belos e emocionantes que vivi, no dia 8 de maio de 1945.  Como poderia esquecer? O Repórter Esso, na voz forte e emocionada de Herón Domingues, proclamava pelo rádio: “TERMINOU A GUERRA!!! TERMINOU A GERRA!!!” Só de lembrar meus olhos se enchem d’água de emoção.
          
          Daí a pouco, foi aquele espetáculo belíssimo! As ruas se encheram de gente, as pessoas sorrindo, felizes, abraçando-se efusivamente. As máquinas da Central do Brasil apitavam, os carros buzinavam, os sinos das igrejas repicavam festivamente, foguetes pipocavam no ar, as sirenes dos cinemas, que havia muito tempo estavam caladas pois esse som era reservado para a emergência de aviões inimigos se aproximarem, abriam sua voz. Eu ainda era menina e, em minha longa vida, nunca presenciei algo tão emocionante.
         
          Essa data de 8 DE MAIO, felizmente, em nossa cidade, não é esquecida. No aniversário desse maravilhoso evento, sempre há comemorações, como acontece em outros anos, e manifestações de homenagem aos nossos heróis, ex-combatentes de Conselheiro Lafaiete.
         
          Uma das mais bonitas homenagens é realizada, há quatro anos, pela Escola Municipal “Napoleão Reis”, unida ao Tiro de Guerra local, quando, por meio de um esforço conjunto e multidisciplinar, estudantes, diretores, professores e militares reforçam a cidadania cultural e histórica de nossa querida cidade,  ajudando a preservar a memória de um processo histórico tão importante para a história do Município, do País e do Mundo.
         
          É pena que, para se conseguir a Paz, seja necessário guerrear, porém há conjunturas em que não se pode fugir a esse triste recurso. Nosso País, nossos conterrâneos souberam atender com brio à chamada para defender a liberdade dos povos e, com a graça de Deus, foram vitoriosos. Sãos as contingências da vida que muitas vezes, como no caso da Segunda Guerra Mundial, fazem tornar realidade a locução latina escrita, provavelmente do ano 390 a.C., pelo autor romano Públio Flávio Vegécio Renato, em seu livro “Epitoma rei Militaris”, que diz:
         
          Igitur qui sesiderat pacem, praeparet bellum. (Assim quem deseje a paz, que prepare a guerra)

(Publicado no "Correio da Cidade"





PRUDÊNCIA NA INTERNET









                                                  PRUDÊNCIA NA INTERNET
                                                  Avelina Maria Noronha de Almeida
                                                              avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

            Confesso que sinto uma ansiedade imensa na alma quando, ao abrir o computador, vou acessar os e-mails. Que me trarão eles? Uma informação ou notícia que eu tanto espero? Uma mensagem geográfica com a qual, ao som de uma deliciosa música, vou fazer um passeio “de alma” por lindo país longínquo o qual, certamente, nunca visitarei “de corpo”? A exibição de uma orquestra que me trará sublime prazer sensorial? Ou péssima notícia? Ou mensagem chula ou irritante?
           
       A Internet é uma caixa de surpresas... Essa tecnologia é, às vezes, amiga, outras, inimiga... Esclarecedora ou causadora de confusões por informações ou interpretações errôneas... auxiliar preciosa e fraterna ou portadora de sofrimentos... e até mesmo gênese de tragédias como as veiculadas na mídia e que nos horrorizaram em dias recentes. Nem tenho coragem para repeti-las. Os leitores devem ter visto nos jornais e noticiários, pois os fatos foram amplamente divulgados.
           
          Fica aqui um alerta: tenham muito cuidado ao colocar suas mensagens para que não sejam fonte negativa; também ao interpretar mensagens e, principalmente, ao agir incentivados por elas, para que sua participação, principalmente no Face-book, seja aprazível comunicação, só traga benefícios e sadio divertimento.
 
Dias atrás fiquei espantada com a linguagem da Internet dominando distâncias e tempo. Uma portuguesa, residente na encantadora, importante e cultural cidade de Loulé, em Portugal, um dia, por acaso, descobriu um blog meu e passou a comunicar-se comigo. Angela Viegas, é o seu nome. Tem um blog magnífico, grandioso, “Portugalredecouvertes”, em francês mas com tradutor para o português, focalizando, com fotografias e escritos, locais de Portugal. Essa amiga me mandou um e-mail dizendo ter dado um passeio em minha cidade e gostado muito. Aí ela esclarece que fora num lik do YouTube, o qual me passou.

Devem ter aclopado a filmadora na frente do vidro do carro, pois tive a impressão de estar sentada no banco da frente e ir vendo naturalmente os locais nos quais passava. Ao chegar à Matriz de Nossa Senhora da Conceição, vindo da Avenida Prefeito Mário Rodrigues, fiquei atenta à numeração do vídeo para mostrar à amiga a minha casa quando passasse por ela. Mas que decepção! Faltando menos de 30 metros para chegar, o carro vira à esquerda e desce naquela pequena rua ao lado do Forum, entrando na avenida. Mas valeu a pena ver a cidade tão primorosamente filmada! O que me espantou foi que eu não conhecia um vídeo da minha cidade do qual uma pessoa, lá de tão longe, de outro continente, me deu conhecimento.

            São maravilhas da Internet, que focalizo na semana do Dia Mundial da Internet, 17 de maio. Só firmo a advertência de usar a Internet, principalmente as redes sociais, com muita prudência, como diz a expressão em latim utilizada pelo Direito para significar o ato praticado prevenindo algum inconveniente:

Ad cautelam...  (Com prudência)

(Esta crônica foi publicada no jornal “Correio da Cidade” de Conselheiro Lafaiete, MG)








ALGUÉM QUE DEIXOU UM NOME BRILHANDO EM NOSSA HISTÓRIA





Foto tirado na Urca, onde, nos estúdios da Rádio Nacional, Nenê Marzano, a quarta menina em pé, cantou, para todo o País, "Brasil"   de Benedito Lacerda e Aldo Cabral.

Em pé: Ari Gonçalves, Jair Noronha, Maria Augusta Noronha, Nazinha de Freitas, Anita Lobo, Virgínia e Sabo d’Allencourt, Didi Castellões, Dona Olympia, Marina Biagioni, Maria José (Zeca), Lúcia D’Allencourt, Nenem Marzano, não identificada, Tereza d’Allencourt, Avelina Noronha. Sentados: Cleuber Martins, Araken Santiago, Enio Vierno Leão, Paulo Rodrigues Alves, Aloezir Píramo, José Martins e Miguel Ignácio.

Arquivo Marina Biagioni Marques




ALGUÉM QUE DEIXOU UM NOME BRILHANDO EM NOSSA HISTÓRIA
                                                                      
                                                                       Avelina Maria Noronha de Almeida
                                                                     avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

            Quando o Brasil entrou na II Guerra Mundial e os soldados brasileiros, aqui no Brasil, preparavam-se militarmente par ir para a Itália, também a população civil brasileira se movimentou  no que foi chamado Esforço de Guerra. Assim, em Conselheiro Lafaiete, como em todo o País, as pessoas recolhiam pedaços de ferro, chumbo, zinco,  lata, tubos vazios de dentifrício, panelas velhas de ferro ou de lata, papéis prateados de cigarro, enfim, tudo que servisse  para o fabrico de armamentos; esse material era enviado para os Estados Unidos.  Foi criada, então, em algumas cidades, nas escolas, uma organização patriótica denominada  “Formigueiro”.
         
         Em nossa cidade, foi fundado o “Formigueiro 55”, o qual funcionava no Grupo Escolar “Pacífico Vieira”. A diretora da escola, D. Olímpia Rodrigues Brandão, que teve a entusiasmada colaboração de professores e alunos, além do recolhimento de material metálico, também realizou uma coleta financeira na cidade e conseguiu uma quantia enorme , quantia essa que deu para Conselheiro Lafaiete doar um avião para a Cruz Vermelha.

             O prefeito naquela época, Dr. Mário Rodrigues Pereira, decidiu que D. Olímpia e o Formigueiro 55 levariam a quantia arrecadada ao Rio de Janeiro entregando-a  pessoalmente ao presidente Getúlio Dorneles Vargas. Na comitiva  iam, com a diretora, vários alunos, algumas professoras e alguns representantes de nossa cidade.  Após a entrega do dinheiro ao presidente, o Formigueiro 55 foi à Radio Nacional, na Urca, onde uma aluna lafaietense, do quarto ano primário,  cantou, com sua voz possante e  melodiosa, um verdadeiro prodígio para uma menina de apenas dez anos, em transmissão para todo o País: “Brasil, ó meu Brasil / eis no teu berço doirado / um índio civilizado / abençoado por Deus...”

          Na Praça Tiradentes havia um abrigo para ônibus, que tinha um rádio e um alto-falante  no qual os moços e as moças trocavam  mensagens e oferecimento de  músicas. Naquele dia da ida à Urca de que falei, o prefeito mandou sintonizar o aparelho do abrigo  na Rádio Nacional e chamou o pai da cantora-
mirim, para sentar-se na praça e ouvir a filha cantar. Ele era o célebre Cavalheiro Marzano. Muitas pessoas foram chegando e rodeando o emocionado pai. Quando, lá da Urca, a filha começou a cantar, o pai debulhou-se em lágrimas, e o povo ali presente, dominado pelo sentimento patriótico e vendo o pai da menina chorar, começou a chorar também.

            Passaram-se os anos. A menina cresceu, casou-se, mudou-se de Conselheiro Lafaiete, indo residir em Belo Horizonte. Tornou-se uma artística plástica de renome, tendo obras exportadas para os Estados Unidos.

         Uma pessoa que não viveu aquele tempo me perguntou outro dia quem fora Nenê Marzano. Respondo neste artigo: Nenê Marzano foi aquela menina prodígio que cantou na Rádio Nacional, filha do Cavalheiro Marzano, que partiu deixando seu nome brilhando numa determinada época de nossa História e muito honrou  nossa cidade com sua profícua  passagem por este nosso Mundo e muito honrou as artes com seu talento. Como diz a frase latina:

                   Honor Alit Artes. (A honra alimenta as artes)



PALAVRAS, SEMPRE PALAVRAS...






                               Imagem da Internet



OBSERVAÇÃO: Todos os artigos anteriores postados neste blog foram publicados no jornal "Correio da Cidade" de Conselheiro Lafaiete, MG


                                               PALAVRAS, SEMPRE PALAVRAS...

                                                                       Avelina Maria Noronha de Almeida
                                                           avelinaconseheirolafaiete@gmail,com

        
           Um estudo recente do IEP (Instituto de Economia e Paz), uma organização de pesquisa global, que trabalha em parceria com uma série de organizações, inclusive com o Pacto Global das Nações Unidas, sendo assim uma fonte confiável, revelou um dado alarmante: de 162 países estudados pelo órgão, apenas 11 não estão envolvidos em nenhum tipo de guerra, mesmo que sejam só guerras internas.
        
 Parte dessa estatística estamos vendo constantemente nas mídias nos últimos tempos: conflitos com separatistas na Ucrânia, avanço do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, bombardeios em Gaza, grupos étnicos promovendo terrível matança no Sudão do Sul, os massacres na República Centro-Africana e tanta coisa mais que não cabem neste espaço...

           Felizmente o Brasil, embora esteja muito mal colocado em outros indicadores como a criminalidade, a população carcerária e a facilidade de acesso a armas (91° lugar), não faz parte daqueles 162 países. Esta situação mundial tem sido um desafio dificílimo para a ONU e outros países envolvidos na solução dos conflitos.

            A tragédia do mundo tem, em sua gênese, a palavra. A Palavra é a força da Humanidade, da Evolução do Mundo, da vida de cada ser. Só através dela o progresso foi construído. Com ela vem a Bênção, o Amor, o Estímulo, a Ajuda, o crescimento das Ideias... Mas também a Maldição, os Desentendimentos, os Ódios...

            Há palavras malévolas, pérfidas e falsas como as de Iago, que levou o mouro Otelo a matar sua amada Desdêmona. São os infelizes Iagos, ambiciosos, loucos,  perversos, falsos, hipócritas,  mentirosos e caterva de todos os tempos que envenenam o ambiente, fomentam a discórdia entre irmãos, tumultuam a terra, perturbam o espírito de seus semelhantes frágeis e é daí que precipitam e detonam as guerras.

            As palavras estão sempre envolvidas nesse processo abominável. Se todos pensassem no perigo das consequências que podem provocar seus dizeres, se fossem prudentes e sábios e meditassem no poder benéfico ou maléfico do que vão falar e tivessem o juízo de escolher bem o caminho de suas palavras, o mundo estaria bem melhor.

            Quando eu cursava o quarto ano do Curso Primário, o nosso livro de leitura contava um caso que não mais me saiu da memória. Augustus foi ao encontro de Sócrates para contar-lhe uma coisa sobre seu amigo. Antes que ele falasse o sábio Sócrates lhe disse: “– Espere um momento: você passou o que vai me contar pelas três peneiras?” Como o homem não entendesse, explicou: “– É preciso peneirar as palavras. A primeira peneira é da Verdade. Tem certeza de que o que vai dizer é verdadeiro? A segunda peneira é a da Bondade. É alguma coisa que vai fazer o bem e você gostaria que falassem isso também de você? A terceira é a da Necessidade. É necessário você me dizer isso? Vai ser útil a alguém? Se o que você quer me informar não passou nas três peneiras não quero ouvir, esqueça e enterre tudo.” É uma boa história para se meditar.

           Vamos, assim, usar nossas palavras sempre com sentido de valor. Como dizem os latinos:


            Verba mollia et efficacia. (As boas palavras custam pouco e valem muito)