Em pé: Ari Gonçalves, Jair Noronha, Maria Augusta Noronha, Nazinha de Freitas, Anita Lobo, Virgínia e Sabo d’Allencourt, Didi Castellões, Dona Olympia, Marina Biagioni, Maria José (Zeca), Lúcia D’Allencourt, Nenem Marzano, não identificada, Tereza d’Allencourt, Avelina Noronha. Sentados: Cleuber Martins, Araken Santiago, Enio Vierno Leão, Paulo Rodrigues Alves, Aloezir Píramo, José Martins e Miguel Ignácio.
Arquivo Marina Biagioni Marques
ALGUÉM QUE DEIXOU UM NOME BRILHANDO EM NOSSA HISTÓRIA
Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com
Quando o Brasil entrou na II Guerra Mundial e os soldados brasileiros, aqui no Brasil, preparavam-se militarmente par ir para a Itália, também a população civil brasileira se movimentou no que foi chamado Esforço de Guerra. Assim, em Conselheiro Lafaiete, como em todo o País, as pessoas recolhiam pedaços de ferro, chumbo, zinco, lata, tubos vazios de dentifrício, panelas velhas de ferro ou de lata, papéis prateados de cigarro, enfim, tudo que servisse para o fabrico de armamentos; esse material era enviado para os Estados Unidos. Foi criada, então, em algumas cidades, nas escolas, uma organização patriótica denominada “Formigueiro”.
Em nossa cidade, foi fundado o “Formigueiro 55”, o qual funcionava no Grupo Escolar “Pacífico Vieira”. A diretora da escola, D. Olímpia Rodrigues Brandão, que teve a entusiasmada colaboração de professores e alunos, além do recolhimento de material metálico, também realizou uma coleta financeira na cidade e conseguiu uma quantia enorme , quantia essa que deu para Conselheiro Lafaiete doar um avião para a Cruz Vermelha.
O prefeito naquela época, Dr. Mário Rodrigues Pereira, decidiu que D. Olímpia e o Formigueiro 55 levariam a quantia arrecadada ao Rio de Janeiro entregando-a pessoalmente ao presidente Getúlio Dorneles Vargas. Na comitiva iam, com a diretora, vários alunos, algumas professoras e alguns representantes de nossa cidade. Após a entrega do dinheiro ao presidente, o Formigueiro 55 foi à Radio Nacional, na Urca, onde uma aluna lafaietense, do quarto ano primário, cantou, com sua voz possante e melodiosa, um verdadeiro prodígio para uma menina de apenas dez anos, em transmissão para todo o País: “Brasil, ó meu Brasil / eis no teu berço doirado / um índio civilizado / abençoado por Deus...”
Na Praça Tiradentes havia um abrigo para ônibus, que tinha um rádio e um alto-falante no qual os moços e as moças trocavam mensagens e oferecimento de músicas. Naquele dia da ida à Urca de que falei, o prefeito mandou sintonizar o aparelho do abrigo na Rádio Nacional e chamou o pai da cantora-
mirim, para sentar-se na praça e ouvir a filha cantar. Ele era o célebre Cavalheiro Marzano. Muitas pessoas foram chegando e rodeando o emocionado pai. Quando, lá da Urca, a filha começou a cantar, o pai debulhou-se em lágrimas, e o povo ali presente, dominado pelo sentimento patriótico e vendo o pai da menina chorar, começou a chorar também.
Passaram-se os anos. A menina cresceu, casou-se, mudou-se de Conselheiro Lafaiete, indo residir em Belo Horizonte. Tornou-se uma artística plástica de renome, tendo obras exportadas para os Estados Unidos.
Uma pessoa que não viveu aquele tempo me perguntou outro dia quem fora Nenê Marzano. Respondo neste artigo: Nenê Marzano foi aquela menina prodígio que cantou na Rádio Nacional, filha do Cavalheiro Marzano, que partiu deixando seu nome brilhando numa determinada época de nossa História e muito honrou nossa cidade com sua profícua passagem por este nosso Mundo e muito honrou as artes com seu talento. Como diz a frase latina:
Honor Alit Artes. (A honra alimenta as artes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário