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OBSERVAÇÃO: Todos os artigos anteriores postados neste blog foram publicados no jornal "Correio da Cidade" de Conselheiro Lafaiete, MG
PALAVRAS,
SEMPRE PALAVRAS...
Avelina
Maria Noronha de Almeida
avelinaconseheirolafaiete@gmail,com
Um estudo
recente do IEP (Instituto de Economia e Paz), uma organização de pesquisa
global, que trabalha em parceria com uma série de organizações, inclusive com o
Pacto Global das Nações Unidas, sendo assim uma fonte confiável, revelou um
dado alarmante: de 162 países estudados pelo órgão, apenas 11 não estão
envolvidos em nenhum tipo de guerra, mesmo que sejam só guerras internas.
Parte dessa
estatística estamos vendo constantemente nas mídias nos últimos tempos:
conflitos com separatistas na Ucrânia, avanço do Estado Islâmico no Iraque e na
Síria, bombardeios em Gaza, grupos étnicos promovendo terrível matança no Sudão
do Sul, os massacres na República Centro-Africana e tanta coisa mais que não
cabem neste espaço...
Felizmente o
Brasil, embora esteja muito mal colocado em outros indicadores como a
criminalidade, a população carcerária e a facilidade de acesso a armas (91°
lugar), não faz parte daqueles 162 países. Esta situação mundial tem sido um
desafio dificílimo para a ONU e outros países envolvidos na solução dos
conflitos.
A tragédia
do mundo tem, em sua gênese, a palavra. A Palavra é a força da Humanidade, da
Evolução do Mundo, da vida de cada ser. Só através dela o progresso foi
construído. Com ela vem a Bênção, o Amor, o Estímulo, a Ajuda, o crescimento
das Ideias... Mas também a Maldição, os Desentendimentos, os Ódios...
Há palavras malévolas, pérfidas e falsas
como as de Iago, que levou o mouro Otelo a matar sua amada Desdêmona. São os
infelizes Iagos, ambiciosos, loucos,
perversos, falsos, hipócritas,
mentirosos e caterva de todos os tempos que envenenam o ambiente,
fomentam a discórdia entre irmãos, tumultuam a terra, perturbam o espírito de
seus semelhantes frágeis e é daí que precipitam e detonam as guerras.
As palavras
estão sempre envolvidas nesse processo abominável. Se todos pensassem no perigo
das consequências que podem provocar seus dizeres, se fossem prudentes e sábios
e meditassem no poder benéfico ou maléfico do que vão falar e tivessem o juízo
de escolher bem o caminho de suas palavras, o mundo estaria bem melhor.
Quando eu
cursava o quarto ano do Curso Primário, o nosso livro de leitura contava um
caso que não mais me saiu da memória. Augustus foi ao encontro de Sócrates para
contar-lhe uma coisa sobre seu amigo. Antes que ele falasse o sábio Sócrates
lhe disse: “– Espere um momento: você passou o que vai me contar pelas três
peneiras?” Como o homem não entendesse, explicou: “– É preciso peneirar as
palavras. A primeira peneira é da Verdade. Tem certeza de que o que vai dizer é
verdadeiro? A segunda peneira é a da Bondade. É alguma coisa que vai fazer o
bem e você gostaria que falassem isso também de você? A terceira é a da
Necessidade. É necessário você me dizer isso? Vai ser útil a alguém? Se o que
você quer me informar não passou nas três peneiras não quero ouvir, esqueça e
enterre tudo.” É uma boa história para se meditar.
Vamos,
assim, usar nossas palavras sempre com sentido de valor. Como dizem os latinos:
Verba mollia et efficacia. (As boas palavras custam pouco e valem muito)
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