sábado, 16 de abril de 2016

PALAVRAS, SEMPRE PALAVRAS...






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OBSERVAÇÃO: Todos os artigos anteriores postados neste blog foram publicados no jornal "Correio da Cidade" de Conselheiro Lafaiete, MG


                                               PALAVRAS, SEMPRE PALAVRAS...

                                                                       Avelina Maria Noronha de Almeida
                                                           avelinaconseheirolafaiete@gmail,com

        
           Um estudo recente do IEP (Instituto de Economia e Paz), uma organização de pesquisa global, que trabalha em parceria com uma série de organizações, inclusive com o Pacto Global das Nações Unidas, sendo assim uma fonte confiável, revelou um dado alarmante: de 162 países estudados pelo órgão, apenas 11 não estão envolvidos em nenhum tipo de guerra, mesmo que sejam só guerras internas.
        
 Parte dessa estatística estamos vendo constantemente nas mídias nos últimos tempos: conflitos com separatistas na Ucrânia, avanço do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, bombardeios em Gaza, grupos étnicos promovendo terrível matança no Sudão do Sul, os massacres na República Centro-Africana e tanta coisa mais que não cabem neste espaço...

           Felizmente o Brasil, embora esteja muito mal colocado em outros indicadores como a criminalidade, a população carcerária e a facilidade de acesso a armas (91° lugar), não faz parte daqueles 162 países. Esta situação mundial tem sido um desafio dificílimo para a ONU e outros países envolvidos na solução dos conflitos.

            A tragédia do mundo tem, em sua gênese, a palavra. A Palavra é a força da Humanidade, da Evolução do Mundo, da vida de cada ser. Só através dela o progresso foi construído. Com ela vem a Bênção, o Amor, o Estímulo, a Ajuda, o crescimento das Ideias... Mas também a Maldição, os Desentendimentos, os Ódios...

            Há palavras malévolas, pérfidas e falsas como as de Iago, que levou o mouro Otelo a matar sua amada Desdêmona. São os infelizes Iagos, ambiciosos, loucos,  perversos, falsos, hipócritas,  mentirosos e caterva de todos os tempos que envenenam o ambiente, fomentam a discórdia entre irmãos, tumultuam a terra, perturbam o espírito de seus semelhantes frágeis e é daí que precipitam e detonam as guerras.

            As palavras estão sempre envolvidas nesse processo abominável. Se todos pensassem no perigo das consequências que podem provocar seus dizeres, se fossem prudentes e sábios e meditassem no poder benéfico ou maléfico do que vão falar e tivessem o juízo de escolher bem o caminho de suas palavras, o mundo estaria bem melhor.

            Quando eu cursava o quarto ano do Curso Primário, o nosso livro de leitura contava um caso que não mais me saiu da memória. Augustus foi ao encontro de Sócrates para contar-lhe uma coisa sobre seu amigo. Antes que ele falasse o sábio Sócrates lhe disse: “– Espere um momento: você passou o que vai me contar pelas três peneiras?” Como o homem não entendesse, explicou: “– É preciso peneirar as palavras. A primeira peneira é da Verdade. Tem certeza de que o que vai dizer é verdadeiro? A segunda peneira é a da Bondade. É alguma coisa que vai fazer o bem e você gostaria que falassem isso também de você? A terceira é a da Necessidade. É necessário você me dizer isso? Vai ser útil a alguém? Se o que você quer me informar não passou nas três peneiras não quero ouvir, esqueça e enterre tudo.” É uma boa história para se meditar.

           Vamos, assim, usar nossas palavras sempre com sentido de valor. Como dizem os latinos:


            Verba mollia et efficacia. (As boas palavras custam pouco e valem muito) 


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