sábado, 2 de julho de 2016

A PITORESCA HISTÓRIA DOS PORCOS







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A PITORESCA HISTÓRIA DOS PORCOS

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

Hoje vou falar de um assunto do qual nunca escrevi: Política. Mas não é da política confusa do nosso Brasil, na qual os partidos se confundem, multiplicam-se e, no fim, a gente não entende nada.

Vou contar é um caso da antiga Queluz, quando os porcos levaram à formação de um grande, poderoso e aguerrido partido, provocando a cisão do eleitorado da cidade, até então unido. Devido a essa separação, várias lutas renhidas e campanhas inflamadas aconteceram a partir daí. Já pensaram que porcos poderosos???...

O caso foi o seguinte: duas pessoas de grande valor, muito estimadas pela população, faleceram devido à febre amarela que grassava em Queluz, o que causou, além de muita comoção pela perda dessas pessoas, um verdadeiro pavor pelo perigo que a doença representava para todos. O pânico se estabeleceu na cidade. Foi convocada e se reuniu, imediatamente, a Câmara Municipal, para ver o que poderia fazer para proteger a população. Foi nomeada uma comissão para estudar o caso.

A comissão propôs, como medida principal, a retirada, em 24 horas, de todos os porcos da cidade, pois poderiam ser vetores da doença. Acontece que, naquele tempo, muitas pessoas importantes que aqui residiam, até mesmo alguns vereadores, eram fazendeiros e tinham na cidade seus chiqueiros. Havia muito mais de mil porcos em Queluz naquela época! O tempo era exíguo. Aí pessoas de liderança na cidade que se sentiam prejudicados com a medida convocaram o povo em massa para irem à casa do presidente da Câmara, Dr, José Caetano da Silva Campolina. E cada um foi levando seu guarda-chuva, sua bengala e qualquer outra coisa que servisse de arma, como disse um jornal antigo: “como demonstração de seus intuitos ordeiros e pacíficos”...

Com muita gentileza, como era seu costume, Dr. Campolina atendeu aos queixosos, porém disse que não poderia resolver sozinho, iria consultar a Câmara, mas iria esforçar-se para atender os desejos do povo, só que os vereadores não indeferiram o pedido. Houve forte altercação entre um dos queixosos e um vereador, e o primeiro falou que os companheiros estavam dispostos a reagir à mão armada. Acabou sendo dado o prazo de mais oito dias. Preocupado, o Dr. Tavares de Mello foi a Ouro Preto e voltou com uma força de 22 praças. Acabado o novo prazo, a situação estava difícil, porém o Dr. Campolina, usando artimanha política, foi enrolando, enrolando o cumprimento da medida e, nesse ínterim, a febre acabou. E os porcos ficaram... Dias depois houve a eleição para deputados estaduais e os eleitores defensores dos porcos criaram um partido contra a chapa que eles chamaram de CHAPA DE FERRO... e ganharam a eleição graças ao episódio dos porcos.

São fatos que o conhecimento do passado nos revela, e é sempre conhecer a História porque...
...Historia est magistra vitae. (A História é a mestra da vida)


Publicado em junho de 2016 no "Correio da Cidade".


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