sábado, 2 de julho de 2016

FALANDO SOBRE PROFESSORES E LEITURA






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FALANDO SOBRE PROFESSORES E LEITURA
Avelina Maria Noronha de Almeida
Avelinaconselheirolafaiete@gmail.com


Há algum tempo li, neste jornal, um artigo do Professor José Antônio dos Santos intitulado “Professores e Leitura”. Lembrei-me desse artigo quando li, recentemente, uma excelente mensagem de Luís Antônio Torelli, Presidente da Câmara Brasileira do Livro, em que ele se preocupa com o enorme reajuste do papel de imprimir que pode interferir negativamente em relação aos livros, contribuindo para desestimular o hábito da leitura, pois, como afirma, “os livros são decisivos para que possamos reverter a má qualidade do ensino!”

Em seu artigo, Professor José Antônio faz uma pergunta: “Os professores lêem muito: O tempo todo?” Pergunta que não posso responder em relação ao tempo atual, pois há décadas não tenho mais o prazer de conviver com o professorado. No entanto penso que, tendo que acumular trabalhos devido ao baixo salário, com as atividades inerentes à função, que tomam muito tempo, a sobrecarga acarretando cansaço, creio que, muitas vezes, isso não aconteça, mas posso estar enganada pelo motivo que citei acima.

Realmente, seria ideal que bons livros sobre Didática e sobre o conteúdo da matéria fossem lidos pelos mestres. Creio que muitos o façam.

Como idéia puxa idéia e idéia puxa memória, lembrei-me de um momento interessante sobre a Educação no passado em nossa cidade. Quando eu lecionei História da Educação, uma aluna entrevistou, para certa atividade, uma professora aposentada, colega de minha mãe, Nantilde. Elas haviam se formado no Magistério no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, na primeira turma, isso em 1928. Nantilde contou que, ao se formar, fora designada para a escola rural de um distrito de, naquela época, Queluz. Periódicamente ia o Inspetor na escola dela e levava livros sobre didática para que ela lesse.

Era a dourada época da implantação da Escola Nova em Minas Gerais, justamente no ano da formatura delas, com a Reforma Francisco Campos, esplêndida obra do governo de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, de Barbacena, que assumira a administração do Estado em 1926 e trouxera pedagogos de renome internacional para implantar a reforma.

Contou Nantilde que, como na época não havia livros traduzidos para o Português, o inspetor entregava a ela livros em espanhol e em francês. Mas não só entregava. Na visita seguinte “sabatinava” a professora detalhadamente sobre o conteúdo das obras para verificar se ela havia realmente lido os livros. Nantilde era muito inteligente, o Colégio era eficientíssimo e, por isso, deve ter se saído sempre muito bem.
Não é um belo episódio da História da Educação em nossa cidade?

O exemplo de experiências passadas pode incentivar o presente. Como disse o grande Marco Túlio Cícero:
Historia est magistra vitae. (A História é a mestra da vida)

Publicado em princípio de março de 2016.



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