sábado, 2 de julho de 2016

BOM DIA, CONSELHEIRO LAFAIETE!







Imagem da Internet





BOM DIA, CONSELHEIRO LAFAIETE!

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com



“Bom dia, Conselheiro Lafaiete!” Foi assim que, no dia 28 de março de 1934, a manhã saudou a cidade que, no dia anterior, adormecera Queluz em seu tradicional berço... e acordara, naquele dia, Conselheiro Lafaiete.

Foi um espanto para a população. Risos felizes, às vezes marotos, dos que arquitetaram a mudança. Ar de surpresa na maioria dos cidadãos. Vozes revoltadas dos que se apegavam à tradição de um nome sonoro e belo, que era lembrança da emancipação do Arraial do Campo Alegre dos Carijós quando se tornou a Real Vila de Queluz!

E teve início um período de brigas, de insultos. Diziam os moradores do até então bairro de Lafayette, situado abaixo da linha férrea, defensores da mudança de nome, aos moradores da parte alta da cidade: “– Nós temos a Estrada de Ferro. Quando vocês quiserem viajar, não desçam. Vão em lombo de burro pela estrada!”, referindo-se ao caminho de terra que passava na atual Avenida Prefeito Mário Rodrigues Pereira. Respondiam os da parte de cima: “– Nós temos a Prefeitura e o Cemitério. Quando alguém de vocês morrer não tragam para cá, enterrem no fundo da horta!”

Assim ficou a situação por muito tempo.

Mas a vida foi caminhando, a poeira abaixando e, embora até hoje haja descontentes, o novo nome se firmou. Árvores frondosas cresceram no solo de Queluz, fértil de riquezas e de gente. Projetaram seus ramos por Minas Gerais e pelo Brasil, até mesmo por outros lugares do mundo. Mas também árvores frondosas cresceram e crescem no solo de Conselheiro Lafaiete, igualmente fértil de riquezas e de gente.

Mas quem foi esse homem prodigioso que estabeleceu um divisor de águas entre dois tempos desta cidade e cujo aniversário de nascimento se comemora no mês de março? Por que mereceu a honraria? Nascido na Fazenda dos Macacos, na região rural de nossa cidade, mereceu a honraria por sua inteligência, sua capacidade de atuação e a permanência de suas ações?

Quando, foi nomeado Ministro da Justiça, ele, um “liberal” pouco tempo antes inserido num governo de “conservadores”, disse-lhe com malícia, sugerindo uma situação demeritória ou ambígua, o Deputado Martinho Campos: “– Eu só queria saber de que meios V. Exa. se serviu para subir tão depressa aos Conselhos da Coroa!” E esta foi a resposta firme que ele deu ao provocador: “– Subi montado em dois livrinhos de Direito!”

Livrinhos esses considerados até hoje duas magníficas colunas da literatura do Direito Civil: o “Direitos de Família” (1869) e o “Direito das Coisas”. Sábio jurista, filósofo de pensamento de pensamento profundo, soube conciliar, suas concepções liberais com algumas das concepções republicanas, transitando, com firmeza e sabedoria, na dialética arenosa do final de Império.

De sua vida podemos, entre tanta coisa mais, dizer:
Praestantia per Scientiam! (Excelência pelo Conhecimento)


Publicado em fins de março de 2016


-

Nenhum comentário:

Postar um comentário