sábado, 2 de julho de 2016

LOUVANDO O ALLEX




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LOUVANDO O ALLEX
Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinanoronhalmeida@gmail.com

DIA 21 DE ABRIL é uma data riquíssima de comemorações, de fatos acontecidos nessa data que marcaram a História de nossa Pátria. Mas vou falar mesmo é do Aniversário de Allex Assis Milagre.

Estou entre as pessoas que herdaram o seu espaço no Correio da Cidade. Espaço que ele honrou durante tanto tempo. Allex é uma personalidade da qual, quanto mais passa o tempo, mais sou admiradora. E sinto falta de sua ajuda de Mestre. Lembro-me do menino prodígio desde bem pequenininho, do jovem de inteligência rara e muito atuante na comunidade, do historiador e genealogista profundo e fértil, além de tantas mais qualidades importantes.

Há pouco tempo li, por acaso, algo que muito me impressionou e levou a meditar sobre um ângulo da vida deste grandioso ser humano. No Facebook, Álvaro Afonso Baeta Neves, pessoa possuidora de grande cultura, que sabe compartilhar seus importantes conhecimentos em postagens preciosas pela informação e beleza das ilustrações, e tem raízes em nossa cidade, postou o seguinte:

Temendo nunca concluir este trabalho, deixo estas achegas, para que se possa dar continuidade às pesquisas. Citação de “Allex Assis Milagre”, Historiador Milagre.

Deduzi logo que essa observação fora feita pelo nosso amigo quando enviou a Álvaro a Genealogia dos Baeta Neves que fizera, uma grande e detalhada obra. Vê-se que já estava prevendo que não lhe restava muito tempo de vida e muita coisa ficaria sem conclusão. Também que o pensamento principal dele era ajudar os estudiosos com o resultado de suas importantes pesquisas, trabalho de anos e anos nos alfarrábios e nos livros de igreja. Queria o sucesso dos estudos. Que grande alma!

Em outro trabalho feito por ele achei, em Portugal, até os avós de Joaquim Lourenço Baêta Neves, pai do Barão de Queluz. Utilizei como “ponto de apoio” as “achegas” do Allex, fui descendo pelo tempo até muitas gerações e, pelos sobrenomes que achava, cheguei ao Rio Grande do Sul. Comparando com os sobrenomes dos primeiros possuidores de terras em Queluz, registrados em meados do século XIX por ordem do Governador da Província de Minas Gerais, vi que nossa terra teve, como o maior número de colonizadores, açorianos que, vindos para o Rio de Janeiro, foram enviados para fundar a Colônia de Sacramento, às margens do Rio da Prata. Expulsos pelos espanhóis, foram para o Rio Grande (do Sul). No rush do ouro, subiram pelo caminho dos tropeiros como se carregassem um pedaço da terra gaúcha, vieram para Carijós e aqui se espalharam. Um genealogista que estuda os açorianos no Brasil disse-me que nossa terra é a que possui mais raízes açorianas. Muito mais que em outras cidades.

Outra “achega” de Allex: um papel que ele me passou há muito tempo no qual transcreveu um relatório feito pelo padre Américo Adolpho Taitson, a mando da Diocese de Mariana, para esclarecer a situação da capela da Passagem de Gagé no princípio do século XX. O relatório foi feito com muitas minúcias que não deixavam dúvida sobre a situação verdadeira. Com isso, ficou provado que o local era de Queluz e ainda ficaram esclarecidos fatos históricos que ajudam a confirmar a minha teoria de que a cidade de Conselheiro Lafaiete teve seu início na Passagem de Gagé.

Assim, graças aos “achegos” de Allex, que também deixou vasta, mas vasta obra mesmo pronta, a nossa cidade tem crescido no conhecimento de suas origens. Por isso me emocionou tanto a postagem do Facebook citada no princípio do artigo

Por tanto que nos beneficiou e ainda beneficia mesmo não estando entre nós, louvemos o Allex porque, como diz Sêneca nas Epistulae Morales 102:
Laudate dignos, honesta actio est. (Louvar os homens dignos é uma ação nobre)

Publicado no “Correio da Cidade” em abril de 2016.

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