domingo, 3 de julho de 2016

DINHEIRO, O ASSUNTO DO MOMENTO










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DINHEIRO, O ASSUNTO DO MOMENTO

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com



O dinheiro, no Brasil, tem uma história. Na época colonial, poucas moedas havia circulando e elas eram cunhadas em Portugal. A economia consistia principalmente em trocas de produtos variados como açúcar, algodão, fumo, entre outros.

As moedas que circularam desde o início da colonização até os dias de hoje foram: o Real, de 1500 até 1942; o Cruzeiro até 1967; o Cruzeiro Novo até 1970; voltou o Cruzeiro até 1986; entrou o Cruzado até 1989, quando surgiu o Cruzado Novo até 1990; novamente o Cruzeiro até 1993; chegou a vez do Cruzeiro Real, em preparação para o Plano Real, até 1994; finalmente, chegou o Real, que dura até hoje. Será que isso é coisa séria?... Parece brincadeira, não parece? Que ciranda!...

Como diz o título do artigo, o dinheiro, ou o que ele representa, é o assunto do momento. Aliás, isto já vem acontecendo há muito tempo... Infelizmente, quase sempre de forma triste. Não se fala de dinheiros pendurados nas árvores como apetitosas maçãs. Nem espalhados generosamente pelos caminhos para colhermos como crianças se divertindo. Mas está sendo assuntado de formas bem tristes e não é só de sua falta no bolso do pobre e mesmo do remediado e do sofrimento que essa falta traz.

Porém vou deixar os fatos tristes pra lá e falar de um fato muito bonito relacionado com finanças públicas. No meu tempo de Primário e de Ginásio, os livros de Português traziam textos em que a tônica eram lições de Moral ou de Cidadania. Alguns ficaram gravados por toda a vida em minha mente. Vou colocar aqui um deles. Só peço desculpas se alguma coisa sair diferente do original, porque a imaginação, “a doida da casa”, como a qualificava Santa Teresa, costuma acrescentar algumas coisas às lembranças, e a senectude pode apagar outras...

José Bonifácio de Andrada e Silva, “O Patriarca da Independência”, juntamente com seu irmão Martim Francisco, eram ministros de D. Pedro I. Um dia, após receberem os seus salários, deixaram o palácio e foram para casa. No caminho, Martim Francisco percebeu que perdera o dinheiro recebido. Arrepiaram caminho em direção ao palácio. Poderia ter caído lá. Estavam procurando na sala onde estavam antes de sair quando D. Pedro os viu e perguntou-lhes o que faziam. Informado da perda, o Imperador deu ordem ao tesoureiro que fizesse um segundo pagamento ao Martim Francisco. José Bonifácio imediatamente protestou, recusando a ajuda imperial:

– De jeito nenhum, Sr. Imperador. Vou repartir o meu ordenado com Martim Francisco.

Belo gesto, concordam os leitores?
Agora, para pensar: dinheiro não é só moeda, nota ou papeis financeiros. Outras coisas valem dinheiro, como diziam os latinos:

Honesta fama est alterum patrimonium. (Boa fama vale dinheiro)



Publicado em princípio de agosto no "Correio da Cidade".




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