domingo, 3 de julho de 2016

O VALOR DAS TRADIÇÕES










Acervo de Ronei Fabiano Alves



O VALOR DAS TRADIÇÕES

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com


“Além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz de nós aquilo que somos.” Quem disse isso foi o grande Albert Einstein. E o Folclore é um dos guardiões das tradições de um povo, passando, através dos caminhos do tempo, de geração a geração, uma preciosa bagagem de usos e costumes. A palavra tradição vem do latim, "traditio", do verbo "tradere", cujo significado é entregar. Assim, recebemos das mãos de nossos antepassados um tesouro. É verdade que muitas das tradições herdadas vão se tornando retrógradas e colocadas nas prateleiras do que já passou. Outras, porém, ainda são válidas para a nossa existência. E ainda existem aquelas cuja utilidade não é prática, porém encantam e enfeitam os tempos atuais quando são pitorescas, relembrando cerimônias e crenças do passado. Principalmente, servem de elo entre as pessoas e valorizam as raízes de um povo, dando-lhe uma identidade própria.

Daí a importância de se comemorar o Dia do Folclore, termo criado pelo inglês William John Toms, e que significa “sabedoria de um povo”. Esse homem era um pesquisador das tradições e lendas de seu país e, no dia 22 de agosto de 1846, a revista “The Atheneum”, de Londres, publicou um artigo sobre as intenções de Wiliam, ficando aquela data como comemorativa do Folklore. No Brasil foi oficializada em 1965 por um decreto do Governo Federal.

Como somos presos a muitas tradições! Na alimentação, nos modos de falar, na citação de frases que ouvimos dos mais velhos, nas brincadeiras, nos cantos, enfim, em muitas peculiaridades que manifestamos em nosso comportamento.

Quantos costumes e usos do passado estão presentes em nossas vidas, vindos desde Carijós até os dias de hoje! As raízes humanas desta cidade se misturaram numa rica miscigenação entre índios, negros e brancos e daí nasceu uma tradição folclórica rica e colorida, parte importante de nossa identidade cultural. Felizmente a preservação e o resgate de muita coisa está crescendo dia a dia. São cerimônias religiosas, danças como o congado e outras manifestações artísticas, com destaque para as Violas de Queluz, que é um lindo diferencial de nossa terra. Como seria bom se voltassem a ser produzidas as colchas de São Gonçalo, semelhantes as de Castelo Branco, da região da Beira Baixa, em Portugal, e que, no século XIX, eram compradas a alto preço e até usadas para presentear as princesas europeias, conforme nos narra Francisco de Paula Ferreira de Rezende em seu livro “Minhas Recordações”!

E como é bom preservar o passado! Diz o ditado latino:

“Bane legacies antiquitates does non guarantee posterus.” (Quem não guarda o passado não garante o futuro)

Publicado no "Correio da Cidade"


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