segunda-feira, 4 de julho de 2016

MARCAS QUE FICARAM





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MARCAS QUE FICARAM
Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com


Duas estrelas do firmamento de nossa comunidade se apagaram para nós e foram levar seu brilho a outro firmamento. Porém as marcas que ficaram de sua passagem são muito fortes e belas.

A primeira a se apagar foi Helena Augusta Batista, que era viúva do expedicionário João Baptista Perdigão. Formada em Magistério, exerceu pouco tempo a profissão, preferindo ficar cuidando de seu lar e confeccionando lindos trabalhos de linha ou bordados diversos com suas exímias mãos e seu refinado gosto. Suas obras, de fino lavor, levaram beleza e classe a muitos lares lafaietenses. De missa diária, cantava os hinos na igreja com uma bela voz. Enfrentou o sofrimento de ter o esposo sido enviado para a Segunda Guerra Mundial deixando-a com filhos pequenos e grávida de uma menina, mas tudo enfrentou com muita coragem. Nos pós-guerra os lafaietenses que lutaram na Itália fundaram uma Associação dos Ex-Combatentes, que também reuniu suas famílias. Helena foi presidente da associação das famílias. Cuidava pessoalmente e com muito carinho da sede e mantinha forte os laços que ligavam os familiares à associação. Enquanto teve forças, mesmo já em idade avançada, foi presente e atuante na preservação da memória dos heróicos acontecimentos históricos.

Poucos dias depois, apagou-se outra estrela: Marília Batista Albuquerque, viúva do médico Nilson Albuquerque. Foi uma linda menina prodígio, inscrevendo com brilho seu nome, na história do Rádio Lafaietense, com sua voz maravilhosa. Posteriormente dedicou-se às artes plásticas, com pinturas impressionistas, tendo feito estudos com o famoso pintor Carlos Bracher, que muito elogiava o talento da aluna. Marília participou, com suas pinturas, de várias exposições coletivas e individuais em Conselheiro Lafaiete e em diversas partes do Brasil. Entre suas telas ressalto o Ìndio Carijó, que pintou por encomenda do Clube Carijós. É de grande beleza! A Galeria de Artes Plástica – JBC, a primeira galeria de artes da cidade, foi sua criação, inaugurada com grande festividade e era um espaço aberto aos artistas da cidade. Poetisa de grande sensibilidade, com um estilo doce e delicado, foi um dos membros fundadores da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette e teve poemas publicados nas antologias “Poetas Queluzianos e Lafaietenses”, de 1991, e “Agenda Santo Antônio de Queluz”, de 1992, tendo fotos de telas suas nessa última antologia.

Foram, Helena e Marília, duas personalidades que marcaram sua presença na vida, deixando, pelos seus talentos e personalidade, um legado importante que merece a admiração de todos os seus conterrâneos.

Pelas abençoadas vidas de Helena e Marília...
..."Laudate Dominum!"(Louvemos ao Senhor!)


Publicado no "Correio da Cidade" em julho de 2015.



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