segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

DIA DO PROFESSOR












Arquivo de Cleonice Libânio




DIA DO PROFESSOR

Avelina Maria Noronha de Almeida

Escrito em outubro de 2012



Pela passagem do “Dia do Professor”, queria homenagear aqueles que se dedicam à belíssima arte de educar e ensinar. Para representar a nobre classe nesta homenagem difícil fazer a escolha, tantos e tantos são e foram os mestres ilustres que brilham e brilharam nos cenários presente e passado da história de Conselheiro Lafaiete.

Do passado, caiu a escolha sobre o Mestre José Crisóstomo de Mendonça, dos primeiros tempos da Real Villa de Queluz. Era um sacerdote, esse Professor Régio de Primeiras Letras de Queluz, e devia desempenhar muito bem sua missão, tanto que a Câmara da vila deixou documentado que havia frequentado sua aula pessoalmente, elogiando-o e atestando que ele desempenhava sua função “com louvável zelo e cuidado, do que resulta adiantamento aos seus discípulos e contentamento dos Pais, sem que até o presente tenha havido queixa alguma contra ele e seu exemplar procedimento”. É um registro de passado distante.

Da época contemporânea, entre tantos nomes merecedores de aplausos, não poderia deixar de escolher Maria Augusta Noronha, não por ser minha mãe, mas porque neste 13 de outubro transcorre seu centenário. Diretora, professores, funcionários, alunos, enfim, a comunidade escolar do estabelecimento que tem seu nome, Escola Estadual “Professora Maria Augusta Noronha” estão comemorando com atividades diversas, culminando com a Santa Missa na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, às 10 horas do dia 13. Sou-lhes muito grata.

Maria Augusta iniciou sua carreira na escola rural da Água Preta, localidade próxima à cidade, para aonde ia quase sempre a cavalo. Lembrava-se com especial carinho desses alunos, entre eles o expedicionário Eugênio Martins Pereira, morto em combate na Segunda Guerra Mundial. Ao passar em sua casa, ele ia correndo acompanhando o cavalo até chegar à escola.

Reiniciou seu trabalho com o Curso Noturno para adultos no Grupo Escolar “Pacífico Vieira”, um trabalho muito bonito e que tinha a frequência, entre outros alunos, de um grupo de alunas na faixa de oitenta anos que tinham verdadeiro amor pela mestra.

No Grupo Escolar “Inconfidência” decorreu a maior parte de sua vida no ensino: professora por mais de dez anos, depois diretora por 21 anos, até que foi aposentada compulsoriamente pela idade. Quando recebeu a notícia da aposentadoria, foi ferida dolorosamente no coração e disse desoladamente:

“ – Eu ainda tinha muita coisa a fazer.”

Mesmo como diretora, seu maior tempo passava dentro das salas de aula, ajudando na alfabetização e nas outras atividades. O “Inconfidência” foi uma bênção em sua vida. Ali floresceu com todos os dons com que Deus a presenteara. Maria era a alma de tudo. Cercada de um excelente corpo de professores e auxiliares, realizou uma obra realmente grandiosa.

Maria Augusta Noronha, como professora, soube bem viver e ensinar, como bem disse Thomas van Kempis, em Hortulus Rosarum:

“Qui bene vivit, bene docet.” (Quem bem vive bem ensina)

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