segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

DIA DAS MÃES










Após falecimento de Assis Milagre, em cerimônia em homenagem a ele, sua mãe recebe a comenda Allex Assis Milagre. À sua direita, o pai de Allex, José Bonifácio Milagre


Imagem da Internet



DIA DAS MÃES

Avelina Maria Noronha de Almeida


Cornélia, nobre matrona da antiga Roma, esposa de Tibério Semprônio Graco, certa vez recebeu a visita de uma patrícia muito vaidosa e frívola, amante da ostentação, e que só falava dos luxuosos trajes e preciosas jóias que possuía. A dona da casa ouvia pacientemente a interlocutora até que, em certo momento, esta lhe disse:

- Não há nada que eu goste mais de ver do que jóias. Mostrai-me as vossas. Devem ser muito belas e de valor.

Cornélia levantou-se e saiu da sala, voltando pouco depois trazendo, pelas mãos, dois de seus filhos, Tibério e Caio, que mais tarde seriam homens notáveis e heróicos. Mostrou-os à visitante e falou com sadio orgulho:

- Haec ornamenta mea (Eis as minhas jóias).

A frase se tornou famosa, muitas vezes citada para homenagear mães dedicadas e amorosas e filhos que demonstrem valor.

Allex Assis Milagre, que por tanto tempo ocupou este espaço, é uma jóia que continua viva no coração de sua mãe Isaura Assis Milagre. Quis dar, ao querido amigo, a oportunidade de, ainda uma vez, saúda-la, com toda a sensibilidade de sua alma de poeta, pela passagem do Dia das Mães, o que se torna possível pela perenidade da palavra escrita que vence qualquer distância, mesmo a da morte.

À MINHA MÃE

Allex Assis Milagre


Bem sei que lutas, debalde, com amor,
A resguardar do mundo, o filho teu,
Da sorte vil, da mágoa e da dor,
Velando, assim, o leve sono meu.

Bem sei que almejas levar-me pela mão,
Iluminando o meu peregrinar,
Inda que sofra teu nobre coração
Dilacerado muito por penar.

Mas se fitares a cruz do Redentor,
Erguida aos céus no lúgubre Calvário,
Entenderás porque te amolas tanto:

Verás teu filho, naquele santuário,
A enxugar, da mãe, o dolor pranto,
A inebriar-se co’o sangue do Senhor.

Para terminar, o espaço é da nobre língua de Petrarca:

Arbor bona fructus bonos facit (A boa árvore dá bons frutos).

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