domingo, 8 de dezembro de 2013

CRISE NA EDUCAÇÃO















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CRISE NA EDUCAÇÃO

(Escrito em 2012)

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com




Um arquétipo da cultura universal que mais me impressiona é o de Sísifo, condenado a empurrar uma grande pedra morro acima e, quando chega lá no alto, a pedra rola e ele tem que fazer de novo todo o doloroso percurso.

Nos últimos dias do ano, é inevitável que se faça um balanço do período que está chegando ao fim. Problemas foram resolvidos, objetivos chegaram ao fim proposto, houve realizações... No entanto, quanta coisa ficou para trás, quantas vezes fomos incompetentes, andamos, andamos e ficamos no mesmo lugar – inglórias lutas...

Sísifo me veio à mente mais por causa do Brasil. Nestes últimos meses, as notícias trazidas pela mídia têm estarrecido as pessoas conscientes na área da Educação, não só na Fundamental e na Média, mas também na Superior em áreas fundamentais para a segurança e o bem-estar dos brasileiros. Os problemas do Ensino constituem um rochedo pesado, levado a “trancos e barrancos” para, chegando ao final do ano, despencar novamente até a escalada no ano vindouro.

Culpa de quem? Não é, certamente, dos Professores, dos Orientadores ou dos Diretores, diretamente ligados à problemática. Estes são, depois dos alunos, as maiores vítimas, empurrando o rochedo na difícil tarefa. Com a graça de Deus, muitos alunos conseguem superar as dificuldades, chegar e manter-se firmes no alto da montanha, para gáudio e consolo dos mestres e envolvidos no processo.

Então de quem é a culpa? Com a minha experiência de quarenta e oito anos de Magistério, testemunha e vivenciadora do, embora prazeroso, difícil caminhar, há muito venho repetindo: a culpa é do sistema, que tem falhado na organização dos currículos, gastando tempo, palavrório e papel, mudando estratégias por mudar, sem conseguir alcançar o resultado necessário.

Em um “Bom Dia Brasil” desta semana, que focalizou o último desses escândalos escolares, Alexandre Garcia, após um comentário de Adib Jateme, concluiu brilhantemente: “Quem pensa no futuro é sonhador; quem pensa no presente é realista; quem pensa no passado está cheio de saudade...”

Minas Gerais deve ter saudades do seu passado, do tempo em que viveu a “Idade de Ouro” do seu Ensino, na primeira metade do século XX, quando o célebre psicólogo suíço Claparède veio a Minas Gerais e ele e sua ex-aluna Helena Antipoff deram lúcida e preciosa contribuição à organização do Ensino Mineiro.

Faço também minha conclusão: Parem com o festival de tentativas aleatórias, de fantasias e excessos curriculares. Voltem o Ensino à “década de quarenta” do século passado, com seu senso de realidade e sua excelência, e a locomotiva entra nos trilhos.

Ouçamos o alerta dos latinos:

“Abiciens disciplinam cito sentiet ruinam.” Quem abandona a educação logo sentirá a ruína.

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