sábado, 19 de fevereiro de 2011

LOUVÁVEL PIONEIRISMO EM NOSSA TERRA




Artigo publicado no Correio da Cidade, de Conselheiro Lafaiete, em junho de 2010.

Avelina Maria Noronha de Almeida

No dia 5 deste mês foi comemorado o Dia da Ecologia, palavra que, traduzida em ação, pode contribuir para ajudar de algum modo a resolver a situação caótica de nossos tempos.
A preocupação com os estragos que o ser humano fazia na bela obra do Criador já existia há muito tempo. Victor Hugo, ainda no século XIX, dizia: “Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais...” Outras pessoas lúcidas se expressaram em relação a esse problema, porém não havia estudos avançados mostrando a ligação do impacto da indústria com a degradação ambiental.
Atualmente vem crescendo a conscientização de que é necessário conhecer as causas do problema e tentar resolvê-las. Até mesmo governos e associações diversas premiam empresas com certificados que demonstrem comprometimento com a redução de impactos negativos no meio ambiente, sendo um deles o “selo verde”, reconhecido internacionalmente, que dá ao comprador de madeira a certeza de estar adquirindo um produto não oriundo de agressões a florestas tropicais.
Mas o verdadeiro despertar da consciência ecológica em escala mundial só veio com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo (1972). Aos poucos a degradação ambiental começou a ser vista como um problema global e muito ligadas ao sistema industrial.
Na Conferência das Nações Unidas (ECO 92), realizada em 1992, no Rio de Janeiro, viu-se a necessidade de aplicações práticas de Desenvolvimento Sustentável e a importância da Ecologia Industrial. Cresceu uma nova mentalidade a ser abraçada pelas empresas, conscientizando-se de seu envolvimento no grave problema da poluição.
Um fato muito importante e grato para nós, lafaietenses, e que faz muito bem ao nosso sentimento de cidadania, é que a jazida do Morro da Mina – na década de 40 considerada a maior mina de manganês, a céu aberto, do mundo e que supriu todas as necessidades dos aliados quanto ao referido minério não só na Grande Guerra do início do século XX como também na Segunda Guerra Mundial – em 1955, quando nem se ouvia falar em meio ambiente no Brasil, o Morro da Mina, numa atitude pioneira, possuía barragens de contenção de rejeitos sólidos, evitando a poluição de nossos rios. A atitude tomada pela indústria de nossa cidade é um exemplo na história da Ecologia Industrial no Brasil.
É necessário frisar que a Ecologia não condena o uso dos recursos da Natureza, contanto que se saiba aproveitar deles sem prejudicar o meio ambiente. Há um princípio de acordo com o qual “pode-se usar uma coisa boa em si, mesmo quando outros usam dela abusivamente: “Abusus non tollit usum” (O abuso não impede o uso).

Nenhum comentário:

Postar um comentário