segunda-feira, 1 de julho de 2013

ALGO MAIS SOBRE D. PEDRO I




ALGO MAIS SOBRE D. PEDRO I
                                                      Avelina Maria Noronha de Almeida
                                                   avelinaqueluz@bol.com.br

Sete de Setembro. D. Pedro I é a figura que brilha nesse data devido a seu brado “Independência ou Morte!” Mas quanta coisa na verdade se sabe sobre ele?
Quando se fala  do príncipe, depois imperador, vem ao pensamento, em relação à sua personalidade, além do heroísmo do brado, as características fortes de idealismo, desprendimento pessoal, impulsividade, volubilidade de temperamento –  que o levava a atitudes contraditórias de maiores egoísmo ou de admiráveis generosidades –, falta de senso de medida e  cupidez que o levava às inumeráveis aventuras amorosas.
Também é conhecida sua confraternização com o povo; sentia prazer em estar com as pessoas comuns. Não acreditava em diferenças raciais e defendia a abolição da escravatura.
Porém há um aspecto de nosso Libertador que é pouco conhecido: o de suas atividades não relacionadas com as lides do governo.
Por exemplo: naquela época, a sociedade desprezava os trabalhos manuais, que eram reservados aos escravos, porém D. Pedro era uma pessoa simples, que não se importava de trabalhar com suas próprias mãos. Era excelente mecânico, marceneiro e torneiro.
Em relação à Cultura, era apaixonado pela matemática. Sabia ler, escrever e falar em francês e latim e compreendia o inglês e o alemão. Embora tivesse tido excelentes professores, em muitas áreas era autodidata e estava sempre procurando aprimorar seus conhecimentos.
Quando a Família Real Portuguesa veio para o Brasil, o menino Pedro, sempre curioso, apreciava estar entre os marinheiros para aprender as manobras de barco. Mas fora esses momentos ficava lendo, encostado em um dos mastros do navio, obras clássicas como a “Eneida”, de Virgílio, um dos seus autores preferidos, no original em latim – obra pela qual tinha grande paixão – , os Sermões do Pe. Vieira, obras de Edmund Burke, de Voltaire e de Benjamin Constant, as cartas de Madame Sévigné... Imaginem isso em um menino de apenas nove anos. Espantoso! Escrevia também poesias. Até a sua morte lia ou estudava diariamente duas horas. Dava muito valor à Educação, criou cursos jurídicos e deu ao Estado a obrigação de manter escolas primárias.
E mais: tinha habilidade para pintura, litografia e escultura, talento e verdadeira fascinação pela música e compunha, contando, entre suas obras, um Te Deum, uma Missa cantada, sinfonias, hinos como uma das versões do Hino da Independência e o Hino da Carta considerado, até 1911, o hino nacional português. Agora vejam os instrumentos musicais que ele sabia tocar: piano, violino, flauta, clarinete, violão, cravo, trombone, fagote e lundu.
Em homenagem a essa figura histórica de tanto valor cultural, uma frase tirada de seu autor predileto e da obra que era sua paixão:

Audentes fortuna iuvat. A fortuna sorri aos ousados. (De Virgílio, em “Eneida)

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