domingo, 14 de fevereiro de 2016

DOMINE, MISERE NOSTRI!






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DOMINE, MISERERE NOSTRI!

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

Artigo publicado no Correio da Cidade


Quando dos meus cinco anos, achava que minha família era perfeita, não tinha falhas, não tinha erros. Mas fui crescendo e vi que nós também tínhamos fragilidades humanas. Outras descobertas foram acontecendo e fiquei muito triste, como quando soube que as montanhas azuis, parecendo transparentes, que, da janela do meu quarto, eu via lá ao longe, de perto tinham a dureza e a cor das rochas ou o verde da vegetação que a cobria. Que decepção tive quando, eu que desde bem pequenininha ia todos os dias com meus pais ao cinema, soube que os artistas tinham barba. Que aqueles rostos lisinhos que eu via na tela eram como o rosto de todos os outros homens. E assim foram descobertas e mais descobertas frustrantes ou que demonstravam a fragilidade, a insegurança que rodeia o ser humano.

Quando vem uma tempestade, com trovões e estalos aterradores que revelam os raios, é que sinto ainda de maneira mais assustadora como somos pequenos. Fico muito tolhida nas minhas atividades, mas apego-me à oração e me sinto protegida. Há dias senti como essa proteção é verdadeira.

Eu estava na enorme cozinha de uma fazenda. De quinze a vinte pessoas em volta de uma comprida mesa. De repente, começou a tempestade. Terrível! A fazenda é rodeada de árvores antigas, altíssimas. Os trovões foram ficando cada vez mais fortes e raios, com seus aterrorizantes estalos, sucediam-se lá fora. Rezei uma oração à Mãe Santíssima que tem um trecho assim: “Protegei esta casa e esta família de todos os perigos, dos raios, das tempestades...” Ao terminar, fiquei mais tranquila. Foi aí que aconteceu o que eu nunca tinha imaginado presenciar: um estalo ensurdecedor dentro da cozinha e eu, na cabeceira da mesa, vi o raio vindo e caindo no chão a vinte centímetros mais ou menos da geladeira e a meio metro de minha cadeira. Quando ele bateu no piso, vi que saíram muitas fagulhas amarelas e vermelhas. Tenho a convicção de que a oração que eu rezara me protegera, pois fiquei a meio metro da morte, e protegera todos os que estavam ali naquela cozinha.

Esse fato, essa proteção num momento de pânico, levou-me a uma reflexão. O Brasil está em pânico, no meio de uma tempestade ideológica, financeira, de falta de Ética, de ausência de autênticos líderes. A cada dia, mais raios, mais estalos, mais ameaçadores trovões midiáticos anunciando roubos, traição, mentiras deslavadas. Estamos à beira de uma derrocada.

Mas não percamos a esperança. Assim como, pela oração, a proteção me veio na tempestade da natureza, rezemos para que surja uma luz no fim do túnel e reverta a calamitosa situação. Infelizmente, a falta de Fé está muito disseminada entre nós. E saibam, do jeito que está, só a oração para nos salvar. Rezem, brasileiros:

Domine, miserere nostri! (Senhor, tende piedade de nós!)








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