sábado, 17 de maio de 2014

UM HOMEM ESCREVE NA AREIA









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UM HOMEM ESCREVE NA AREIA

Avelina Maria Noronha de Almeida
avelinaconselheirolafaiete@gmail.com



Um homem, com seu burel marrom de jesuíta, escreve na areia. As ondas, com suas espumas brancas, ondeiam suavemente. Uns pássaros delineiam seus voos com graciosidade, enquanto outros, tranquilos, rodeiam o religioso. Este é um quadro célebre do pintor Benedito Calixto. O quadro de tanta beleza mostra o Santo José de Anchieta, refém, por sua própria oferta, dos indígenas no litoral brasileiro, enquanto Nóbrega ia negociar a paz. O santo, canonizado dia 5 de abril deste ano, escreve na areia “Poema à Virgem”, que sua prodigiosa memória decorou e transpôs depois para o papel.

Anchieta, espanhol nascido em Tenerife, nas Ilhas Canárias, em março de 1534, no século XVI passou grande parte de sua vida no Brasil, aqui falecendo na cidade de Reritiba, no Espírito Santo, que hoje leva seu nome, em 1597 Para ser canonizado, foi dispensada a comprovação de milagres e considerados relatos de milagres acontecidos em mais de 400 anos referendados pela tradição. A justificação apresentada para a elevação aos altares daquele que já fora beatificado e é chamado “O Apóstolo do Brasil” foi o seu trabalho missionário aqui, principalmente pela catequização de índios no período da colonização e também pela fundação de missões jesuítas em várias partes da Colônia. O decreto de canonização reconhece a grandeza do missionário, colocando seu testemunho como exemplo para os cristãos de todo o mundo.

Em Magé, Rio de Janeiro, as águas de uma fonte que foi abençoada por ele e hoje é chamada “A Fonte de São José” e, tendo fama de curativa e sendo grande atração de turismo religioso.

Muito pertinentes as palavras do coordenador de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, Tarcísio Marques Mesquita: “O próprio Papa Francisco diz que a gente tem que ser uma igreja em saída. Anchieta nos lembra isso. Um homem que vai em busca, ele foi ao encontro dos indígenas, conhecer a linguagem deles, conversar na língua deles. Formulou a gramática da língua tupi. Foi um homem interessado em evangelizar levando em conta cultura daquela gente, respeitando a cultura e os valores daquelas pessoas”.

Pelo visto, São José Anchieta, que escreveu um poema na areia, escreveu também uma mensagem indestrutível nas páginas da história e deixou, além de tudo, um belo exemplo, o que é importante porque...

... Exempla movent magis quam verba. ( Osexemplos movem mais do que as palavras)






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